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12/Dec/2024

Pescado: Fider investe em nova fazenda de tilápias

Uma das maiores produtoras e processadoras de tilápia do País, com uma fatia de 30% das exportações brasileiras do segmento, a Fider Pescados está investindo em uma nova fazenda para engorda do peixe no interior de São Paulo, o que permitirá elevar seu faturamento em mais de 30% em 2025, para perto de R$ 200 milhões. Neste ano, a companhia, controlada pelo grupo M.Cassab, já deve fechar com um incremento de cerca de 30% na receita, que ficará na casa dos R$ 150 milhões, graças à boa safra e à exportação de 50% da produção. Os pescados da Fider são produzidos em fazenda na cidade de Rifaina (SP) e processados em frigorífico da empresa na mesma localidade. Agora, a companhia vai investir R$ 5 milhões em nova estrutura de engorda na represa de Estreito, na cidade de Pedregulho, a 25 Km de distância. Com a nova fazenda, poderá ampliar o processamento de pescado no frigorífico, que tem capacidade de 20 mil toneladas ano, mas trabalha com ociosidade.

A empresa vai criar peixes em outros reservatórios porque o frigorífico é subutilizado. A empresa usa toda a capacidade de produção da fazenda, que é de 9.600 toneladas por ano. A indústria, 100% automatizada, tem capacidade para 20 mil toneladas. É uma ação de mitigação de risco. A nova fazenda deve ocupar 2 hectares de água da represa em Pedregulho, com capacidade de produção de 8 mil toneladas de tilápias por ano. O longo processo de autorização para uso das águas em Estreito está sendo concluído junto à União. O projeto em Pedregulho prevê instalar 400 tanques-rede, começando com 100 a partir de abril. No fim de 2026, deve entrar em operação outra área de criação na represa de Igarapava. A escolha de Estreito também tem razões logísticas, pois está na rota de cidades populosas e de alto poder aquisitivo, como Ribeirão Preto, Campinas, Sorocaba e São Paulo, e a vantagem é poder entregar um peixe extremamente fresco com prazo de validade de 12 dias. Se o cliente fizer o pedido até as 10h, recebe pela manhã no dia seguinte.

Além da estrutura na represa de Estreito, outro pilar do crescimento esperado para o próximo ano é a adoção do modelo integrado de produção. A manutenção do equilíbrio entre o volume de exportações e venda no mercado interno também deve assegurar o avanço. Para a produção integrada, modelo que se baseia na criação de frangos e suína e já adotado por grandes empresas de tilápias da Região Sul do País, a Fider já selecionou dois piscicultores regionais, que vão receber os alevinos, ração e suporte técnico para engorda das tilápias em suas áreas. Cerca de 90% dos peixinhos são comprados de quatro fornecedores auditados no País e o restante é produzido na própria fazenda. Na atual estrutura, a Fider produz de 12 mil a 15 mil filés premium por dia, sendo 90% frescos, e atende cerca de 2.000 clientes, entre eles as redes Pão de Açúcar, Oba, Carrefour e o restaurante Coco Bambu. Metade da produção é exportada, e a indústria usa todos os subprodutos do peixe.

A empresa aproveita todo o peixe. No frigorífico, o peixe é abatido, limpo e filetado. A carcaça segue para a fábrica automatizada instalada ao lado do frigorífico, onde vai gerar 250 toneladas por mês de farinha para o mercado externo e óleo de peixe para o mercado interno. A pele e a escama são exportadas. Os filés frescos de tilápias são exportados para Estados Unidos e Canadá. Os subprodutos são destinados a países asiáticos. Atualmente, as exportações de filés frescos são feitas por via aérea. Mas, a Fider também tem planos de desenvolver uma linha de filés congelados para chegar ao mercado norte-americano por transporte marítimo, que tem frete bem menor que o aéreo. Com mais de R$ 200 milhões já investidos na Fider, a MCassab projeta aplicar outros R$ 50 milhões nos próximos anos. Um projeto que sairia do papel em 2025, a construção de uma fábrica de ração, foi adiado. Por enquanto, fica mais barato comprar a ração do que investir em mais uma fábrica.

A Fider monitora diariamente a água da represa de Jaguara, em Rifaina, e seus tanques-rede ocupam menos de 1% da área total do reservatório de (34,6 Km). A companhia, que emprega quase 500 pessoas de Rifaina e região, ampliou recentemente sua área de preservação permanente com o plantio de mais de mil árvores nativas. A empresa de pescados representa hoje 5% da receita de seu controlador, o grupo MCassab, que fatura R$ 2,9 bilhões anuais. No portfólio do conglomerado fundado há 92 ano por Mansur Cassab estão ainda empresas de nutrição e saúde animal, distribuição de matérias-primas para cosméticos, limpeza e indústrias farmacêutica, veterinária, alimentos e bebidas, química e agrícola, as lojas Spicy, investimentos imobiliários e a representação da Lego no Brasil. Além das operações no Brasil, o MCassab tem filiais na China, Argentina, Paraguai e Colômbia. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.