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10/Dec/2024

Frango: Mercosul-UE preocupa indústria europeia

O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia é visto com preocupação pela indústria de frango da União Europeia. Para o setor, o acordo representa um risco significativo para a agricultura, a segurança alimentar e a sustentabilidade do bloco europeu, com consequências devastadoras. A Associação de Processadores e do Comércio de Frango nos países da União Europeia (Avec) afirmou que o novo acordo prioriza a exportação de produtos agropecuários processados e a importação de matérias-primas do Mercosul, expondo assim a União Europeia a uma grande dependência destes fornecedores para produtos essenciais, como açúcar, carne bovina, arroz e carne de aves. Ao favorecer ganhos de exportação de curto prazo, a União Europeia coloca em risco sua autonomia estratégica na agricultura, prejudica os produtores rurais do bloco europeu e, em última análise, põe em risco sua soberania de longo prazo.

O tamanho das cotas de importação da União Europeia definido no acordo também foi questionado pela indústria local. A cota adicional proposta ficou em 180 mil toneladas de frango com tarifa zero para embarque ao bloco europeu, que será compartilhada pelos países-membros do Mercosul. A cota deverá ser atingida gradativamente ao longo de seis anos. Após este período, ficará fixado o volume de 180 mil toneladas anuais, quantidade equivalente à toda a produção da Finlândia, Dinamarca e Suécia juntas. As importações de aves sob o acordo do Mercosul visam desproporcionalmente alguns dos cortes mais valiosos e procurados pelos consumidores europeus, como peito de frango, ressaltou a entidade. Como os produtores da União Europeia dependem das vendas de carne de peito para justificar a criação de frangos, cada dois filés importados do exterior representam um frango não criado na União Europeia.

Atualmente, 25% da carne de peito consumida na União Europeia vem de países não pertencentes ao bloco, como Brasil, Tailândia, Ucrânia e China. Ainda de acordo com a Avec, os produtores usam alguns dos mais altos padrões do mundo para bem-estar animal, proteção ambiental e segurança alimentar, e investem pesadamente em práticas sustentáveis. Enquanto isso, a entidade acredita que os produtores europeus enfrentam uma competição crescente de importações produzidas sob requisitos “muito mais baixos”. Por estes motivos, a associação pede que os formuladores de políticas da União Europeia no Conselho e no Parlamento Europeu se oponham ao acordo, principalmente porque países como Polônia e França já expressaram oficialmente a oposição. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.