10/Dec/2024
Para os produtores, 2024 foi mais favorável após um 2023 de grandes desafios. Devido à melhora na remuneração do leite e custos de produção estáveis, a margem melhorou. O primeiro semestre foi marcado por uma produção crescente, principalmente no primeiro trimestre. O crescimento foi de 3,5% comparado com o mesmo período de 2023 (IBGE). No segundo trimestre de 2024 a captação cresceu 1,0%, comparado com o mesmo período de 2023. O desempenho foi menor devido a problemas climáticos que acometeram o Rio Grande do Sul (enchentes em abril). Apesar do aumento da disponibilidade de leite e das importações em patamares elevados, os preços ao produtor avançaram, passando de R$ 2,122 por litro em janeiro para R$ 2,524 por litro em junho, valorização de 18,9%.
Na segunda metade do ano, a estiagem severa e temperatura elevada, influenciaram a produção, que caiu no terceiro trimestre. O clima prejudicou o conforto das vacas e a disponibilidade de pastagens, reduzindo a produção. Dados parciais indicam queda de 0,6% na aquisição do leite cru no terceiro trimestre de 2024 frente a igual período de 2023. A expectativa para o último trimestre é que a produção retome o crescimento, fechando o ano com volume entre 1,5% e 2,0% maior que em 2023. A importação foi significativa em 2024. De janeiro a outubro, foram importados 5,2% menos leite em pó integral que em igual período do ano passado, lembrando, porém, que em 2023 o volume importado foi recorde, ou seja, as compras no mercado internacional estão elevadas. O ano de 2025 deve começar com preços ao produtor em patamar elevado comparado aos últimos anos. Este fato pode limitar o espaço para novas altas no primeiro semestre.
Já no segundo semestre a cotação poderá cair. As margens mais favoráveis ao produtor no segundo semestre de 2024 e primeiro semestre de 2025 devem estimular a produção, fortalecendo a oferta. Com relação à demanda, os preços do leite e derivados estarão mais altos no primeiro trimestre de 2025, comparado com 2024, por isso será preciso acompanhar como o consumidor reagirá aos repasses. Por outro lado, é esperado um ano de crescimento econômico em 2025, porém em ritmo menor comparado a 2024 (expectativa de crescimento de 3,2%), com projeções do PIB para 2025 em 1,9% (Boletim Focus de 29/11). Do lado da produção, o clima é sempre uma incerteza e deve ser monitorado podendo trazer impactos à produção. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.