27/Nov/2024
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a recente controvérsia envolvendo o Grupo Carrefour, com a declaração, feita pelo seu CEO global na França, Alexandre Bompard, de que a companhia não compraria mais carnes de países do Mercosul, não deverá interferir na exportação brasileira de proteína animal. Fávaro afirmou que os efeitos poderiam ocorrer caso houvesse ataques à qualidade dos produtos brasileiros sem uma resposta à altura. Segundo o ministro, a decisão de países como a França, de dar prioridade aos seus produtores locais, é legítima e não interfere diretamente nos negócios brasileiros. Há 20 ou 15 anos, a Comunidade Europeia consumia algo em torno de 20% das exportações de carne brasileira. Hoje, esse número varia entre 3,5% e 5%. A França, menos de 0,5%. É uma opção deles, que o Brasil vai respeitar, destacou o ministro.
O ministro também afirmou que o governo está atento para defender a reputação do agronegócio brasileiro. Não querer comprar produtos brasileiros é um direito, mas no momento em que ultrapassarem o limite e afirmarem que os produtos brasileiros não têm qualidade, terão a mesma resposta que o Carrefour teve. Assim, Carlos Fávaro avaliou que a postura do governo federal, de associações e empresas do agronegócio diante das declarações do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, representou um "risco no chão" para impor limites nas relações comerciais internacionais. Após a reação sobretudo de indústrias de carne brasileiras, que pararam de fornecer a proteína ao Carrefour Brasil, Bompard apresentou um pedido formal de desculpas. Foi uma resposta firme e eficiente, que marca um momento importante, um divisor de águas, um risco no chão, disse Fávaro.
Até aqui, o Brasil dialogou com respeito ao meio ambiente, à sanidade, às boas práticas, com transparência e racionalidade. Mas, para quem tentar ofender a qualidade dos produtos brasileiros, haverá resposta à altura, como ocorreu com o Carrefour francês. O ministro da Agricultura também destacou o "posicionamento altivo" das empresas brasileiras no imbróglio envolvendo o CEO global da Carrefour, destacando que a decisão de não realizar entregas nas unidades do Carrefour no Brasil foi decisiva para o recuo da rede varejista. Fávaro citou que o agronegócio brasileiro está sempre aberto ao diálogo, à transparência e à rastreabilidade. Ele também deixou claro que o País está aberto à colaboração em fóruns internacionais, mas não aceitará questionamentos infundados sobre a qualidade de seus produtos.
Em sua fala, Fávaro também buscou reforçar o compromisso do Brasil com a produção agropecuária de qualidade e sustentável. O Brasil tem responsabilidade com os produtos que produz, e os empresários trabalham com muita dedicação e qualidade. Por isso, o País é líder mundial no fornecimento de carne bovina, suína, aves, arroz, feijão, soja, cana-de-açúcar, suco de laranja e algodão. A carta de Bompard com o pedido formal de desculpas deve colocar fim a uma crise entre o Grupo Carrefour e o agronegócio brasileiro, em especial a indústria de carnes. Em represália à declaração, frigoríficos suspenderam o fornecimento de carnes a Carrefour no Brasil e condicionaram a retomada do fornecimento a uma retratação pública de Bompard. Em paralelo, o Grupo Carrefour publicou um comunicado em seu site oficial, afirmando que jamais opôs a agricultura brasileira à francesa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.