27/Nov/2024
O CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, se desculpou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reconheceu a qualidade da carne brasileira, mas não informou se o grupo vai comprar carnes do Mercosul pelas unidades francesas. Mesmo com o impacto comercial pequeno, parte do mercado esperava alguma menção sobre o tema dado que o acesso ao mercado francês é considerado sinônimo de qualidade. O ponto é que o Carrefour francês já não comprava as carnes brasileiras. A declaração, portanto, apenas jogou luz de forma negativa a essa situação. Fontes do governo brasileiro, da indústria e do varejo, relataram que, apesar da declaração de Bompard sobre o veto às carnes do Mercosul, as unidades francesas do grupo já não adquiriam carne brasileira antes mesmo de o CEO anunciar a suspensão. Hoje, o Carrefour já não compra carne do Brasil. Ele tem liberdade para comprar carne de onde quiser.
A briga da indústria era pela ilação de que as carnes do Mercosul não atendiam às normas sanitárias, ambientais e de qualidade do País. Na carta que enviou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, se desculpou pela confusão causada com a agricultura brasileira e reconheceu a qualidade da carne brasileira, mas não informou sobre a compra de carnes do Mercosul pelas unidades francesas. Há uma semana, Bompard comunicou em suas redes que a varejista se comprometeria a não comercializar carnes provenientes do Mercosul na França, independentemente dos "preços e quantidades de carne que esses países possam oferecer". Em represália à medida, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carnes ao Grupo Carrefour no Brasil e condicionaram a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard, o que ocorreu nesta terça-feira (26/11).
Na carta enviada ao ministro, Bompard explicou a decisão e afirmou que o abastecimento da rede é sobretudo local em cada mercado em que atua. "Com essa decisão, quisemos assegurar aos agricultores franceses, que atravessam uma grave crise, a perenidade do nosso apoio e das nossas compras locais", explicou Bompard na carta a Fávaro. "Na França, o Carrefour é o primeiro parceiro da agricultura francesa: compramos quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades na França, e assim seguiremos fazendo", disse ainda o CEO no documento, ao que complementou: "do outro lado do Atlântico, no Brasil, compramos dos produtores brasileiros quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades, e seguiremos fazendo assim". Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.