22/Nov/2024
O tempo e a intensidade das altas dos preços da pecuária nos últimos meses chamam muito a atenção. Semana após semana, os frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes aos bovinos para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição. No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos. No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme. Esse comportamento é generalizado, com as altas variando entre as regiões conforme as condições de oferta e demanda locais.
As escalas de abate são um bom “termômetro” sobre o quanto esses mercados seguem aquecidos regionalmente. Nos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, a média das escalas em novembro está menor que a de outubro, que já tinha sido menor que a de setembro. Em todos esses Estados, a média fica entre 4 e 6 dias. Em Minas Gerais, há leve aumento em novembro, mas com a média passando de apenas 4,9 dias para 5,1 dias, uma escala ainda bem apertada. Nos estados das Regiões Norte e Nordeste, as escalas estão maiores que no mês passado e, na maioria dos casos, superam também as de setembro.
Em Tocantis, a média subiu para 6,8 dias, contra 5,3 em outubro. Em Rondônia, está em 8,1 dias; no Pará, em 7,4 dias; e, na Bahia, em 6,2 nesta parcial de novembro. Os dados de exportações de outubro embasam tamanha demanda. A lista de Estados que exportaram volume recorde em outubro é grande: São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Rondônia. Tocantis e Pará estão na mesma toada, alcançando volumes bem próximos das máximas batidas em setembro. Das cerca de 300 mil toneladas enviadas ao exterior em outubro, São Paulo respondeu por quase um quarto (24,3%), Mato Grosso contribuiu com 21,1% das cargas, Goiás, com 12,7%, Mato Grosso do Sul beirou os 10%, Minas e Rondônia, 8,7% cada; do Pará saíram 6,12% da carne bovina exportada e de Tocantins, 3,7%.
O aquecimento dos negócios se reflete também no segmento financeiro. No mercado futuro, volatilidade dos preços sempre atrai operadores, que buscam proteção. E as altas recentes têm tido esse efeito, havendo dias em que mais de 10 mil contratos foram negociados, considerando-se futuros e opções. Em São Paulo, no atacado, na parcial de novembro, o dianteiro registra valorizaão de 9,66%; o traseiro, 7,36%; e a ponta da agulha, 10%. A carcaça casada atingiu média à vista de R$ 23,76 por Kg, alta de 8,44% no mês. Com este valor, a arroba da carne com osso equivale a R$ 356,40. A média de novembro/2024 já supera em 11% a de outubro e em 37% a de novembro do ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.