22/Nov/2024
Segundo o banco Safra, o ciclo do gado no Brasil parece ter revertido de uma fase de liquidação, marcada por um aumento no abate de vacas, para uma fase de expansão, com retenção de matrizes no rebanho. Dados indicam que o abate de vacas atingiu o pico de 36,11% no terceiro trimestre de 2024, ante uma previsão inicial de que isso iria ocorrer no segundo trimestre, e caiu de forma acentuada no quarto trimestre, com uma redução de 1,01%. Essa queda no abate de vacas impulsionou os preços do boi gordo, que registraram alta de 59% desde a mínima em junho, atingindo R$ 344,00 por arroba, o maior valor em cinco anos.
A recuperação nos preços também reflete a redução no abate de vacas, que desempenhou um papel mais relevante que a seca severa enfrentada neste ano. Olhando apenas para os níveis de precipitação nos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais, que juntos respondem por 52% do rebanho total do Brasil, 2024 não foi o pior ano, mas ainda assim foi seco. Há possibilidade de o preço do boi gordo oscilar nos próximos meses. Não se descarta que haja volatilidade e sazonalidade típica, principalmente na transição do 4º trimestre de 2024 para o 1º trimestre de 2025, já que os primeiros trimestres do ano são historicamente mais fracos.
O preço de bezerros demorou um pouco mais do que o preço o gado para decolar, mas já dr observa um aumento de 29% desde a mínima deste ano, com preços superando a média histórica de cinco anos. A fase de expansão deve continuar até o primeiro trimestre de 2027, com a expectativa de que a taxa de abate de vacas alcance o menor nível, de 29,0%. Enquanto isso, os frigoríficos enfrentarão custos mais altos, mas a demanda global por carne bovina pode facilitar o repasse de preços. A Minerva é citada como a empresa mais exposta a essa dinâmica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.