19/Nov/2024

No Canadá, os portos de Vancouver e Montreal ficaram completamente paralisados no dia 11 de novembro, um cenário sem precedentes que trouxe sérios impactos à indústria de carne do Canadá. A paralisação, motivada por greves trabalhistas, gerou alertas imediatos do Canadian Meat Council (CMC), que pressionou o governo federal por uma solução. O Ministério do Trabalho ordenou ao Conselho Canadense de Relações Industriais (CIRB) o encerramento das greves em 12 de novembro.

No entanto, os danos ao comércio já haviam sido sentidos. Segundo o CMC, as interrupções comprometem a reputação do Canadá como fornecedor confiável de carne suína de alta qualidade. Os portos canadenses são cruciais para as exportações de carne suína, principalmente na província de Quebec. O setor envia produtos para cerca de 80 países a partir do Porto de Montreal. Qualquer atraso ameaça a confiança dos compradores internacionais, destacou a Éleveurs de porcs du Québec. Além disso, o histórico de greves, incluindo uma paralisação de 37 dias em 2023 que causou prejuízos de US$ 10,7 bilhões, coloca em risco a posição do Canadá nos mercados globais.

Além das greves, a suinocultura canadense enfrenta desafios como a ameaça da peste suína africana (PSA) e a necessidade de melhores políticas de imigração e trabalho para garantir mão de obra estável ao longo do ano. Durante reuniões recentes em Ottawa, o Canadian Pork Council (CPC) e o CMC solicitaram avanços em: criação de um programa de recuperação comercial contra a PSA; melhor acesso a mercados internacionais; apoio federal contínuo à força de trabalho no setor. A indústria suína tem fortalecido sua coesão para enfrentar esses desafios.

O CMC destacou a importância de ações conjuntas, como o recente evento PorkFest, que reuniu representantes do governo e do setor para promover a carne suína canadense e discutir o futuro do mercado. Enquanto o governo busca soluções para os impactos das greves, a indústria teme que atrasos logísticos e incertezas regulatórias prejudiquem ainda mais sua competitividade. A recuperação da confiança internacional dependerá de ações rápidas e efetivas para evitar futuras paralisações e assegurar a estabilidade do setor. Fonte: Pig Progress. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.