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18/Nov/2024

Percepções do documentário “Um mundo sem vacas”

O documentário World Without Cows (Um mundo sem vacas) traz uma perspectiva totalmente neutra na voz de dois jornalistas que nunca pertenceram ao Agronegócio e se propuseram a viajar ao redor do mundo para se aprofundar em realidades diferentes a fim de chegar na resposta se o mundo seria melhor (leia-se mais sustentável) sem vacas. No fim, brilhantemente, o filme não entrega uma resposta e, sim, abre espaço para reflexão e discussão. A ideia de abordar um tema complexo, com muitas camadas, nuances e constantemente atacado, muitas vezes apenas na superficialidade, mas dessa vez completamente baseado em dados, perspectivas diferentes, histórias e contextos únicos, é feita com maestria e imparcialidade.

Existe uma equação no mundo para ser resolvida pelos seres humanos: população crescente que precisa ser alimentada versus acesso a recursos finitos para produzir comida. O grande debate gira, portanto, em torno de visões sobre produzir de forma eficiente ou de forma regenerativa. Alternativamente, em um meio de caminho entre ambas. Essa decisão cabe aos produtores e consumidores. Sem resposta pronta ou certa. Vale, de fato, a reflexão. E acima de tudo, imprescindível o acesso à realidade e às ferramentas para uma tomada de decisão baseada em fatos dentro do que cada um acredita para o futuro, ou pelo menos, o início para um diálogo com aqueles que insistem que a solução do aquecimento global é parar de comer carne. O objetivo é ampliar a conversa sobre pecuária e clima.

Para o produtor, a lição é sobre a união da cadeia. Não existe uma resposta certa sobre qual é a forma mais sustentável de produzir comida. Há diferentes contextos, realidades, climas, governos, legislações, terras, espaços, acessos e culturas ao redor do mundo. O setor deveria restabelecer a conexão entre o campo e o consumidor e que seja o mais sustentável possível dentro de suas particularidades. Afinal, é o único que tem o grande poder de remoção quando o assunto é emissão de gases do efeito estufa. E ser solução em um momento de crise climática é uma das maiores ferramentas que pode ser usada pelo Agronegócio. O documentário traz dados científicos em uma linguagem acessível. A educação é o caminho para transformar realidades.

Oferecer informações com embasamento para que cada ser humano tenha o discernimento para poder fazer escolhas e tomar decisões é essencial. A rastreabilidade é palavra de ordem quando se trata de consumo no mundo atual, em qualquer setor. É saudável que haja diferentes modelos de produção e, na gôndola do supermercado, é possível fazer a escolha que, cada um dentro da sua realidade. Comer é um ato político e é importante escolher conscientemente o que é levado para dentro de casa. Indo direto ao ponto: é essencial ter muita responsabilidade sobre quem e o quê cada pessoa apoia dentro de todos os recortes para que essa escolha possa existir. Muita gente ao redor do mundo abriu suas porteiras para o documentário, mostrando suas diferentes vivências no campo. a tal paixão que tantos falam e que só quem vive sabe o que é sentir, diariamente, na pele. Os jornalistas não sabiam qual era esse sentimento, da mesma forma que outras bilhões de pessoas ao redor do mundo também desconhecem.

Mais uma vez, ponto para o documentário que conseguiu romper essa bolha. É o momento de repensar de que forma como fazer acontecer o que o novo mundo pede. Assim como todas as partes da sociedade, a pecuária também precisa fazer sua parte e ajudar a reduzir seu impacto no clima. Mas, as vacas não são responsáveis pela maioria das emissões. É interessante que o documentário alcance cada vez mais pessoas para abrir o diálogo com aqueles que nunca pisaram na terra, sempre com embasamento e nunca com agressividade. O esforço agora é para que, em breve, todos tenham acesso ao conteúdo nas principais plataformas e o documentário alcance aqueles que se importam com um futuro melhor para pessoas, animais e planeta. Ele chega para contribuir com o que o setor inteiro entende como um grande gargalo: a comunicação. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.