13/Nov/2024
De acordo com estimativa do relatório Observatório Suíno, o Brasil conta com 42,1% das fêmeas alojadas em baias coletivas durante a gestação. Esse porcentual foi obtido com base nas respostas ao levantamento realizado pela ONG Anialima e no último relatório anual da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O índice era de 36,2% em 2023, 37,8% em 2022 e 28,4% em 2021. As baias coletivas, uma alternativa às celas individuais, permitem que os suínos tenham maior liberdade de movimento, promovendo seu bem-estar. A Pamplona lidera entre as empresas com 94% de suas fêmeas alojadas em baias coletivas, seguida pela Aurora, com 85%. A JBS aloja coletivamente 249.540 das suas 297.000 porcas (84%), com meta de alcançar 100% até 2025. A BRF possui 57% das fêmeas em baias coletivas (236.870 de 414.000) e pretende atingir 100% até 2026. A Alegra apresentou um pequeno recuo de 2% no último ano, enquanto a Aurora se estagnou nos últimos dois anos, sendo que não houve aumento do plantel em nenhum dos dois casos.
A BRF, que havia estagnado na edição anterior, voltou a evoluir com um aumento discreto de 3%. A Frimesa, que não participou do Observatório Suíno no ano passado, felizmente tornou a responder e com um aumento percentual bastante relevante de 37% em comparação com o informado na edição de 2022. Quanto aos desafios enfrentados na transição das celas individuais para o alojamento coletivo, a Pamplona foi a única empresa a não reportar entraves. Entre as demais, a falta de financiamento foi a queixa mais frequente, apontada por 75% das respondentes. Antes de transferirem as fêmeas para baias coletivas, as empresas mantêm as matrizes em alojamento individual entre o fim da maternidade e a inseminação para o próximo ciclo. A Pamplona reportou que 60,1% das fêmeas permanecem em alojamento individual por até 7 dias antes de serem movidas para baias coletivas, enquanto a JBS possui 57,3% nesse período, 3,1% até 28 dias e 39,6% até 35 dias. Na BRF, 8,9% das fêmeas ficam alojadas individualmente por até 7 dias e 91,1% por até 28 dias.
Sobre o período de alojamento das fêmeas nas celas entre o fim da maternidade e a inseminação para o próximo ciclo, a Pamplona destaca-se com 60,1% das fêmeas alojadas por até 7 dias antes de movê-las para baias coletivas, enquanto a JBS tem 57,3% nesse período, além de 3,1% alojadas até 28 dias e 39,6% até 35 dias. A BRF aloja 8,9% até 7 dias e 91,1% até 28 dias. Do ano passado para esta edição, verifica-se uma melhoria da parte da JBS que, mesmo narrando dificuldades, atualmente possui mais da metade das fêmeas no sistema 'cobre e solta' e pretende reduzir o tempo das outras. A Alegra, Aurora e Pif Paf afirmaram que seguirão as exigências da IN 113, que permite até 35 dias, sendo que no ano passado, a Alegra apresentava período de até 7 dias em sua resposta. Sobre planos futuros para fornecer mais espaço para as fêmeas na maternidade (mínimo de 4,32 m²), 38% das empresas, incluindo Alibem, BRF e Pamplona, manifestaram interesse em expandir o espaço, enquanto 62% (Alegra, Aurora, Frimesa, JBS e Pif Paf) ainda não têm planos.
A JBS informou que no momento está focada na adequação da gestação coletiva, que tem sido um desafio bem grande, por ser o alojamento onde a fêmea permanece a maior parte do tempo. A respeito da maternidade, a empresa ainda não encontrou uma 'receita' que permita evoluir oferecendo ou mantendo a competitividade do processo. O levantamento revelou que todas as empresas já baniram a castração cirúrgica de leitões machos sem anestesia, enquanto 62% baniram o desbaste de dentes. Apenas 12% das empresas já aboliram a mossa. A mossa (prática utilizada na suinocultura para identificação dos suínos, que consiste no corte de uma pequena parte da orelha) apresentou resultados semelhantes com a edição anterior, na qual somente a BRF afirmou ter banido o corte de orelhas como identificação dos suínos. Apesar de não terem relatado dificuldades, a Pamplona mantém seu prazo de 2026, o mesmo da Frimesa, e a Pif Paf de 2024 para eliminar a mossa. Enquanto isso, a JBS, que havia antecipado o seu prazo para 2027, respondeu nesta edição que não mais o possui.
Lembrando que a IN 113 estabelece o prazo de 2030 para eliminar essa prática, data limite estipulado pela Alegra, Alibem e Aurora. O uso de antimicrobianos como promotores de crescimento foi banido por 62,5% das empresas, enquanto 12,5% têm planos de banimento e 25% continuam a utilizá-los. Quanto ao uso profilático, 62% das empresas, incluindo a JBS, não pretendem banir a prática, enquanto 38% manifestaram intenção de eliminá-la, incluindo a BRF. O uso metafilático de antimicrobianos, que envolve o tratamento coletivo após sintomas iniciais, permanece não banido por 88% das empresas, sendo a BRF a única com planos de interromper a prática até 2027. O relatório anual do Observatório Suíno, realizado pela Alianima, monitora o progresso das empresas comprometidas com a eliminação das celas de gestação na indústria de carne suína brasileira. Nesta edição, foram analisadas respostas de 15 empresas, incluindo 8 fornecedores e 7 clientes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.