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12/Nov/2024

Aves-Suínos: composto natural substitui antibiótico

As preocupações da população com a origem dos alimentos e a busca por produtos mais saudáveis crescem a passos largos. Na mesma velocidade, insumos químicos como os antibióticos adotados na produção animal perdem espaço, e alguns já são proibidos em mercados como o europeu. Foi aí que a 88 Agro Vetech enxergou uma oportunidade, ao desenvolver um bioinsumo capaz de substituir os antibióticos utilizados em aves e suínos. Extrato de pinácea, orégano, alecrim, cravo-da-Índia e gengibre são algumas das matérias-primas usadas no composto natural da empresa especializada em soluções de bioeconomia, que investiu R$ 5 milhões em dois anos de pesquisa e desenvolvimento do produto. A eficácia foi confirmada em análises realizadas pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), em Minas Gerais, indicando que o bioinsumo substitui de maneira idêntica os antibióticos e demais antimicrobianos que normalmente são usados para manter o equilíbrio do trato gastrointestinal dos animais.

Os antimicrobianos, que incluem os antibióticos, costumam ser utilizados nas granjas para prevenir e tratar infecções, além de promover o crescimento das aves, por exemplo. Segundo a Ufla, ao longo do tempo, percebeu-se os riscos que os antibióticos podem causar à saúde, motivo pelo qual esta indústria parou de crescer. Já a indústria de produção de proteína animal foi chamada a atenção de que não poderia mais usar da mesma forma os promotores de crescimento. Sem os antibióticos nas rações, há uma perda de 5% a 10% no desempenho de ganho de peso das aves. Com isso, há uma necessidade por parte dos criadores por alternativas naturais. No caso do produto da 88 Agro Vetech, batizado de TechFeed, a adoção do bioinsumo em testes com 1.000 frangos de corte machos, realizados em 2023, mostrou que o processo digestivo ficou mais harmonizado, o que se traduziu naturalmente em maior ganho de peso. Foram pesquisados todos os aspectos, se afetava a análise sensorial dos tecidos ou no aroma, sabor da carne, dos ovos, e não houve nenhuma alteração.

Mais recentemente, em uma análise que terminou em agosto deste ano, o TechFeed foi utilizado como insumo em um experimento com 288 leitões da Granja Folhados, localizada na cidade de Patrocínio (MG), com o desafio de substituir o óxido de zinco. Existe uma demanda mundial para a redução do óxido de zinco na suinocultura. Na Europa já é proibido. No Brasil, o uso ainda é permitido, mas em algum momento pode vir um movimento neste sentido de proibição. O óxido de zinco acaba por ser um poluente quando entra em contato com a água ou a agricultura por meio dos dejetos dos animais. Por meio do Projeto InsideSui, o produto da 88 Agro Vetech foi levado para a Granja Folhados, focado na promoção de novas tecnologias nacionais e internacionais para a suinocultura. Em geral, o óxido de zinco era usado como um insumo para redução da diarreia no período de desmame dos suínos.

Foi realizado um trabalho de substituição parcial ou total nos leitões da granja e a resposta foi muito proveitosa. Não só no sentido de sanidade, mas como nos retornos zootécnicos e até financeiros. O composto natural ainda gerou uma redução de custo de R$ 38,00 por tonelada de ração tratada. Com esta bagagem de resultados, a 88 Agro Vetech foi aprovado pelo Ministério da Agricultura em setembro. É possível produzir de 200 a 300 toneladas de composto natural por mês e somente 300 gramas são utilizadas para o tratamento de 1 tonelada de ração animal. Assim, o produto, que não tem nenhum outro concorrente no Brasil, entrou na mira de compradores internacionais. A empresa está fechando negociações com países da Europa, América Latina e Estados Unidos. Para exportar, é preciso alguns certificados, mas já está trabalhando nisso. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.