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04/Nov/2024

Lácteos e os desafios da indústria para o futuro

Há quatro pontos fundamentais para o futuro do setor lácteo: o valor dos laticínios, o aumento da procura de proteínas animais, a circularidade das emissões pecuárias e a valorização dos impactos econômicos, ambientais e sociais da atividade. Números do setor lácteo:

- 1 bilhão de pessoas (13%-14% da população mundial) dependem da cadeia de abastecimento de produtos lácteos para renda e emprego;

- 6 bilhões de pessoas consomem laticínios em sua dieta;

- Leite e derivados são alimentos fundamentais para o desenvolvimento infantil;

- Existem 133 milhões de explorações leiteiras no mundo, onde vivem mais de 600 milhões de pessoas;

- 400 milhões de mulheres estão empregadas ao longo da cadeia de abastecimento;

- A produção mundial alcança 981 milhões de toneladas de leite produzidas por dia, com demanda crescendo 3-4% ao ano;

- O leite é um superalimento com 7 nutrientes essenciais (proteínas, ácidos graxos, vitaminas, carboidratos, sais minerais, etc) com alta biodisponibilidade.

Em meio à desinformação crescente, é essencial reforçar o valor nutricional e a integridade dos produtos lácteos, que alimentam milhões de pessoas ao redor do mundo. Os produtos lácteos são uma parte fundamental de uma dieta saudável e é exatamente por isso que a segurança alimentar e os padrões alimentares devem continuar a ser a principal prioridade do setor. Diante das projeções da FAO, a população global, prevista para crescer de 7,7 para 9,6 bilhões entre 2020 e 2050, elevará a demanda por proteína animal em mais de 20%, com produtos lácteos representando ao menos 30% desse aumento.

A palavra de ordem deve ser: intensificação sustentável, evidenciando a importância de expandir o setor de forma responsável para atender à demanda futura. A indústria leiteira sofre pressões de diversas frentes, incluindo ambientalistas e defensores de dietas com baixo ou nenhum consumo de produtos de origem animal. O setor leiteiro deve adotar uma abordagem mais proativa para responder às críticas, mostrando seu papel estratégico nos sistemas alimentares, sua importância nutricional e a contribuição aos objetivos de desenvolvimento sustentável.

Nesse sentido, a Federação Internacional do Leite (IDF) é um recurso crucial, oferecendo uma base técnica e científica sólida para que os profissionais do setor enfrentem as críticas de forma segura e, quando necessário, respondam à altura, destacando com orgulho os valores do setor. A questão das emissões muitas vezes é mal interpretada por críticos que desconsideram a natureza biogênica das emissões de carbono das vacas. Essas emissões integram um ciclo natural e renovável, em contraste com a emissão líquida proveniente de atividades como o transporte e a indústria, que utilizam combustíveis fósseis.

Esse é o círculo virtuoso da vaca. Além disso, embora 70%-80% das emissões do setor ocorram nas fazendas, práticas como a redução do metano já apresentam avanços significativos. O setor pecuário e suas cadeias de transformação e distribuição têm um impacto profundo na saúde das pessoas e do planeta. O setor tem relevância no sustento e empoderamento de mulheres e jovens, especialmente em áreas áridas onde o pastoreio transforma vegetação não comestível em alimentos nutritivos, contribuindo para a manutenção e melhoria dos ambientes naturais.

Dados recentes da FAO indicam que 96% da alimentação do gado não é destinada ao consumo humano, permitindo uma integração benéfica com sistemas agroflorestais que otimizam os impactos ambientais e promovem o bem-estar animal. O setor contribui para garantir a segurança alimentar e nutricional, fornecendo alimentos ricos em micronutrientes e macronutrientes essenciais. Com os subprodutos dos ciclos de produção. O setor fornece energia renovável e contribui para garantir sistemas agrícolas baseados na agricultura regenerativa. Além disso, os produtos lácteos são essenciais numa alimentação equilibrada e saudável. Em suma, o sistema é virtuoso e contribui para a saúde das populações e do planeta. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.