30/Oct/2024
O setor lácteo brasileiro prevê que 2025 será positivo, mas com alguns desafios para a manutenção da rentabilidade da atividade no médio prazo. Segundo a Embrapa Gado de Leite, a estabilidade dos preços do leite vem sendo mantida por um crescimento econômico projetado em 3% do PIB para 2024, sustentado pela expansão do crédito, consumo das famílias e gastos do governo. No entanto, um arrojo maior nos investimentos é necessário para sustentar o desenvolvimento no longo prazo. A importação tende a seguir elevada, pois o produto importado está mais competitivo. A medida do governo para limitar a importação tirou o laticínio ‘da jogada’, mas as compras seguem via tradings e varejistas. O que preocupa é que a produção brasileira está perdendo participação no abastecimento doméstico.
De janeiro a setembro de 2024, a importação de lácteos cresceu 6%. A avaliação do setor é de que a importação reflete questões de mercado uma vez que, enquanto o preço do leite em pó no Brasil é de R$ 27,87 por Kg, o importado chega ao Brasil a R$ 20,28 por Kg. Para o Sindilat/RS, é preciso tornar a produção doméstica mais competitiva e o setor avícola é um exemplo. Com base na redução de custos por quilo, se conseguiu elevar o consumo interno, expandir produção e, só então, achar o caminho das exportações. Segundo a Embrapa, dados confirmam o impacto dos episódios climáticos na produção brasileira. As enchentes no Rio Grande do Sul promoveram um declínio imediato de 750 mil litros/dia na bacia leiteira gaúcha no mês de maio.
O impacto foi continuado e, apesar do patamar de produção ter se recuperado, verifica-se, no campo, uma difícil retomada. O principal motivo é a falta de comida abundante para acelerar a produção das vacas, o que indica que a coleta a pleno só deve ocorrer em um novo ciclo de produção de forragens. Os impactos climáticos na produção não se limitaram ao Rio Grande do Sul. De acordo com dados da Embrapa, em setembro, houve aumentos de até 3°C na temperatura em um cinturão que cruza o Brasil de Sul e Norte. Isso teve muito impacto na produção nos últimos meses. A situação deve se normalizar no próximo trimestre com temperaturas e precipitações mais próximas da média histórica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.