25/Oct/2024
A Marfrig anunciou uma oferta pública de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) no valor inicial de R$ 2 bilhões, que poderá ser ampliada em até 25%, totalizando R$ 2,5 bilhões, a depender da demanda. A emissão será realizada pela Eco Securitizadora, com lastro em debêntures da própria Marfrig. O valor obtido será destinado à aquisição de bovinos de produtores rurais. A companhia trabalha para aumentar a participação de gado próprio nos abates para 25% no Brasil. A iniciativa de verticalização da atividade pecuária repete um modelo adotado pelo seu braço na América do Norte, a National Beef. Essa operação de oferta de CRAs conta com classificação de risco preliminar 'AAA(EXP)sf(bra)' pela Fitch Ratings Brasil.
A distribuição será realizada no mercado brasileiro sob o rito automático da CVM, com a participação de instituições financeiras como XP Investimentos, Banco Safra, BTG Pactual, Banco do Brasil, Bradesco BBI e Santander. A oferta faz parte da estratégia da Marfrig de fortalecer suas operações no setor pecuário, captando recursos de investidores por meio de títulos de renda fixa. Além disso, a companhia consegue trocar a sua dívida de curto prazo para de longo prazo e em condições melhores. A emissão do CRA pela Marfrig ocorrerá em quatro séries. A primeira tem prazo de sete anos, com vencimento em 15 de outubro de 2031, e taxa de remuneração de CDI + 0,45% ao ano ou 12,75% ao ano.
A segunda também terá prazo de sete anos, com taxa de remuneração de CDI + 0,45% ao ano. Essas duas séries em conjunto não podem exceder R$ 667 milhões. A terceira terá vencimento em 10 anos, em 16 de outubro de 2034, e taxa limitada de NTNB 2033 + 0,55% ao ano ou IPCA + 6,90% ao ano. A quarta série, com vencimento em 15 anos, terá taxa entre NTNB 2040 + 0,85% ao ano ou IPCA + 7,10% ao ano. O resultado financeiro mais recente da Marfrig indicou que a companhia fechou o segundo trimestre de 2024 com dívida líquida gerencial R$ 39,416 bilhões, queda de 0,9% na comparação anual, com alavancagem de 3,38 vezes em reais, ante 4,05 vezes um ano antes.
Além disso, a Marfrig vai reforçar seus cofres no início da próxima semana, quando receberá a maior parte do pagamento da venda de unidades na América do Sul para a Minerva, em negócio anunciado em agosto de 2023 por R$ 7,5 bilhões. A transação inclui 11 plantas de bovinos no Brasil, 1 unidade industrial na Argentina, 3 no Uruguai, 1 planta de cordeiros no Chile e 1 centro de distribuição no Brasil. A negociação das plantas no Uruguai ainda depende da aprovação das autoridades concorrenciais locais. Não há uma data prevista para a conclusão. O valor estipulado para a negociação no Uruguai, de R$ 675 milhões, permanece suspenso. Foi pago R$ 1,5 bilhão no anúncio do negócio. Agora, a Marfrig deverá receber entre R$ 5,6 bilhões e R$ 5,7 bilhões, valor ajustado pelo CDI desde agosto de 2023 até a conclusão da transação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.