22/Oct/2024
Após um período de queda, a produção de carne suína na Alemanha mostra sinais de recuperação. Mesmo com o número de suínos abatidos em declínio desde 2016, a situação econômica mais favorável permitiu aos produtores de suínos recuperarem parte dos lucros. A retomada é positiva, mas as tendências de longo prazo apontam para desafios importantes. Nos últimos anos, a questão do bem-estar animal ganhou relevância na produção suína alemã. A “Iniciativa de Bem-Estar Animal” (ITW), lançada em 2015, envolve a agricultura, indústria de carne e comércio alimentício para promover práticas mais sustentáveis. Em 2023, o governo alemão também introduziu um selo nacional de origem para carne suína, buscando unificar e padronizar os selos relacionados ao bem-estar animal. A partir de 2025, esse selo será obrigatório para produtos de carne suína fresca, resfriada ou congelada.
O novo sistema de rotulagem, que categoriza a produção em cinco níveis, deve oferecer mais clareza para o consumidor na escolha de produtos que atendam aos padrões de bem-estar animal. A partir de 2025, fazendas fora da Alemanha poderão participar da ITW, desde que cumpram critérios como a castração de leitões com anestesia total. Países como Holanda e Dinamarca, que exportam milhões de leitões para a Alemanha, precisarão se adaptar às novas exigências. As mudanças também impactam o sistema de abates, que já sofre com uma capacidade reduzida. Matadouros na Alemanha, especialmente nas regiões de Renânia do Norte-Vestfália e Baixa Saxônia, enfrentam o fechamento de unidades, uma tendência que se acelerou com a pandemia de Covid-19 e a perda de mercados asiáticos devido à peste suína africana (PSA). Nos últimos 15 anos, o consumo de carne suína na Alemanha tem caído, o que impactou o preço do gado e a redução dos estoques de suínos.
Grandes varejistas, como Aldi e Lidl, anunciaram planos para oferecer carne de maior qualidade até 2030, mas os altos custos de adaptação dificultam o alcance dessa meta. Com o aumento dos custos de produção e discussões sobre a elevação do IVA sobre a carne, os preços ao consumidor podem subir, resultando em uma demanda ainda menor. Em 2024, o número de suínos na Alemanha se estabilizou, com uma redução menor no número de fazendas em comparação aos anos anteriores. No entanto, o número total de suínos no país ainda é o menor em 25 anos, e especialistas preveem que a quantidade de criadores continuará diminuindo, o que pode impactar o fornecimento futuro de leitões. A situação atual sugere uma estabilização econômica para a suinocultura alemã, mas os desafios estruturais e de mercado permanecem significativos. Fonte: Agrimídia. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.