21/Oct/2024
Segundo a Universidade de Minnesota (EUA), com a alimentação das vacas representando o maior custo para a maioria das propriedades leiteiras e sem perspectiva de alívio nos preços dos alimentos, a utilização eficiente dos ingredientes de ração é uma prioridade para a sustentabilidade das fazendas leiteiras. A métrica mais importante para determinar a eficiência alimentar de toda a fazenda é o custo da alimentação por cada 100 quilos de leite vendidos, corrigido por energia.
Dados mostram que as 10% das fazendas leiteiras mais lucrativas em Minnesota em termos de retorno líquido gastaram 60% do valor em alimentação por cada 100 quilos de leite (US$ 21,12) que as 10% menos lucrativas, que gastaram US$ 34,41 por 100 quilos. A perda direta de alimentos, devido a fatores como perdas no armazenamento e rejeições, é um dos dois principais fatores que afetam a eficiência alimentar da fazenda como um todo. O outro fator é a eficiência digestiva e metabólica da própria vaca. Os seguintes fatores que contribuem para as perdas de energia desperdiçada em processos que não envolvem a produção de leite:
1. Perdas fecais e urinárias: as perdas de energia fecal ocorrem devido à digestão inadequada dos alimentos, processamento inadequado da ração, formulação incorreta das dietas e/ou à oferta de alimentos de baixa digestibilidade em grandes quantidades. A eficiência digestiva também pode ser prejudicada por uma má gestão da alimentação, baixa frequência alimentar, estresse térmico, doenças, má qualidade da água e até mesmo ruído. O excesso de proteína na dieta pode aumentar a perda de energia na urina, já que mais energia é necessária para excretar o nitrogênio em excesso.
2. Emissões de gases: a fermentação ruminal gera subprodutos como metano, dióxido de carbono e outros gases que são eliminados pela vaca e perdidos para o meio ambiente.
3. Perda de energia térmica: a fermentação ruminal também gera calor, assim como o metabolismo durante a utilização de nutrientes no processo digestivo. A quantidade total de calor que um animal perde pode ser reduzida diminuindo o número total de reações químicas, especialmente as reações ‘desperdiçadas’ no processo digestivo. Aditivos alimentares, como ionóforos, podem ajudar a minimizar processos digestivos ineficientes. A redução do estresse também pode diminuir a perda de energia térmica, já que qualquer ativação do sistema imunológico, desencadeada por fatores como estresse térmico e metabólico, resulta no consumo de energia sem retorno produtivo.
Minimizar a perda de energia nas vacas traz benefícios duplos, tanto para a operação leiteira quanto para o meio ambiente. O equilíbrio estratégico de proteínas e, mais precisamente, de aminoácidos específicos, pode reduzir os custos com alimentação e, ao mesmo tempo, diminuir a carga de nitrogênio no ambiente. A redução das emissões de gases tem recebido muita atenção recentemente por razões ambientais. Mas também beneficia os produtores, pois os gases podem representar uma perda de até 10% da energia total dos alimentos.
Reduzir as emissões de metano sem impactar negativamente o crescimento microbiano ruminal é uma tarefa delicada. A maioria das abordagens baseadas na dieta para reduzir o metano foca em aumentar a concentração do ácido graxo volátil propionato, porque o propionato consome hidrogênio que, de outra forma, alimentaria a produção de metano. Por fim, o aumento da produção de leite pode promover a eficiência alimentar, mesmo que exija mais alimento.
As vacas em lactação precisam de cerca de 6,35 a 7,26 Kg de matéria seca para funções básicas de manutenção, como respiração, contração muscular, digestão e produção de hormônios. Como as necessidades de energia para manutenção são fixas, o aumento da produção de leite diminui a porcentagem da energia ingerida usada para funções de manutenção em comparação com a produção de leite, mesmo que o consumo total de alimentos aumente. Fonte: Dairy Herd Management. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.