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18/Oct/2024

Suíno: perspectiva para o setor brasileiro em 2025

A suinocultura brasileira vive um momento de estabilidade em 2024, com perspectivas otimistas para o futuro próximo. Segundo a Associação Gaúcha de Suinocultores (ACSURS), o primeiro semestre do ano foi marcado por uma leve recuperação dos ganhos dos produtores, após um período prolongado de prejuízos. Os custos caíram, especialmente os do milho e do farelo de soja, que representam cerca de 80% do custo da alimentação dos suínos. Isso trouxe uma ruptura ao setor, em comparação com 2023. No primeiro semestre, os preços do suíno vivo foram motivados por resultados, o que ajudou os produtores a começarem a recuperar suas finanças. Essa tendência se manteve no início do segundo semestre, com uma mudança significativa no preço pago pelo suíno vivo ao produtor independente, principalmente aqueles fora do sistema de produção verticalizada das indústrias e cooperativas. Os preços para esses produtores foram elevados e continuam firmes, com o custo de produção permanecendo estável.

Outro ponto positivo é o aumento da demanda, tanto no mercado interno quanto nas exportações. A demanda de exportação é boa, em comparação com o ano passado. As indústrias estão procurando mais suínos, porque a produção delas não está sendo suficiente para atender toda a demanda. Com o mercado interno ajustado, a pressão sobre o preço do suíno vivo aumentou, trazendo ganhos para os produtores, que finalmente estão equilibrando suas finanças. Após cerca de 30 meses de prejuízos, os suinocultores independentes têm resultados positivos. Esse crescimento foi impulsionado pela ampliação das vendas para países como Filipinas, por exemplo que expandiram suas compras, refletindo a crescente demanda por carne suína brasileira. Grande parte da produção suína no Brasil segue o modelo de integração vertical, onde os produtores trabalham em parceria com empresas ou cooperativas que fornecem insumos como ração e medicamentos, além de assistência técnica.

Nesse sistema, a empresa também se carrega da comercialização dos animais, enquanto o produtor recebe uma remuneração fixa ou variável por cada lote entregue. Essa estrutura garante ao produtor maior estabilidade financeira, uma vez que ele não precisa enfrentar diretamente as oscilações do mercado, enquanto a empresa controla a qualidade e padronização dos produtos, atendendo tanto ao mercado interno quanto ao externo. Entretanto, cerca de 30% da produção de suínos no Brasil é realizada de forma independente, sem vínculo com o sistema vertical de cooperativas ou indústrias. Esses produtores independentes são beneficiados pela alta demanda externa e interna, ou que pressionaram o preço do quilo do suíno vivo para cima, proporcionando uma recuperação financeira após períodos de dificuldades. A peste suína africana (PSA) na Europa e na Ásia tem gerado desafios nesses mercados, forçando os países afetados a buscarem carne suína de outros fornecedores, com o Brasil desempenhando um papel importante como grande produtor e exportador mundial.

Apesar das boas notícias, o cenário para 2025 ainda apresenta desafios. A valorização do milho, causada pelas condições climáticas, pode elevar os custos de produção, especialmente com a 2ª safra do grão de 2025. O clima vai determinar o valor do milho, e a suinocultura deverá enfrentar um aumento nos custos no segundo semestre de 2025. Contudo, mesmo com o aumento nos custos de produção, há otimismo. Se a suinocultura mantiver o padrão de crescimento de 3% ao ano, isso vai refletir nos ganhos do produtor. O mercado seguirá favorável com novos mercados se abrindo, e 2025 será positivo para a suinocultura. A combinação de uma demanda crescente, estabilidade de preços e maior eficiência na gestão de custos coloca a suinocultura em uma posição de destaque, não só no Rio Grande do Sul, mas em todo o Brasil, com potencial de crescimento no mercado global nos próximos anos. Fonte: ACSURS. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.