17/Oct/2024
O esforço do governo brasileiro pela renovação de acordos de exportação que limitem apenas aos focos do problema os embargos decorrentes de doenças como a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e a Newcastle é essencial para manter normal o fluxo de fornecimento da carne de frango ao mercado externo. Mas não garante a preservação dos atuais mercados, pois aqueles exportadores que também enfrentaram o problema seguem o mesmo caminho e, paulatinamente, vão reocupando os espaços temporariamente perdidos. Isso fica bem claro ao se analisar, por exemplo, a evolução das importações das Filipinas que, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), têm no Brasil seu principal fornecedor de carne de frango.
No ano passado, entre janeiro e julho, a carne de frango brasileira fornecida àquele mercado correspondeu a 56% do total importado pelas Filipinas no período. Foram, então, pouco mais de 143 mil toneladas, volume que colocou o País como o sexto principal cliente do Brasil no setor, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em 2024, as Filipinas mantêm idêntica posição no ranking dos principais importadores da carne de frango do Brasil. O único senão é que, ao mesmo tempo em que aumentou significativamente suas compras em outros fornecedores, reduziu (e continua reduzindo) o volume adquirido da avicultura brasileira.
Com isso, a participação do frango brasileiro naquele mercado recuou perto de 16,5%, caindo para menos da metade das importações das Filipinas. A retração nas compras filipinas recaiu exclusivamente sobre o Brasil. Ou seja: aumentaram as exportações dos Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Austrália, Chile e dos demais fornecedores. Mas, o caso mais evidente é o da União Europeia, cujas exportações para as Filipinas registraram aumento de, praticamente, 30 mil por cento. Na verdade, a União Europeia não exportou quase nada em 2023 (foram apenas 29 mil toneladas). Porque, em essência, o bloco sofria embargo quase total em decorrência dos múltiplos casos de Influenza Aviária registrados entre os países membros do bloco.
Mas, esses embargos foram e vem sendo paulatinamente retirados. Não só em função da queda de ocorrências, mas também da renegociação de tratados de exportação que, como busca o Brasil, agora limitam os embargos aos focos da doença. Daí a União Europeia ter fornecido, no período analisado, o equivalente a um quinto das exportações brasileiras para as Filipinas. Ainda que lentamente, os registros da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, da Doença de Newcastle e de outras doenças vão deixando de ser um estorvo às exportações de produtos animais. Isso exige maiores esforços dos exportadores pela preservação de mercados. Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.