16/Oct/2024
Mudanças estruturais têm acontecido na cadeia leiteira do Brasil nos últimos anos. O setor leiteiro é o que mais enfrenta transformações dentre todas as cadeias do agronegócio atualmente. Um dos aspectos mais evidentes dessas mudanças é a concentração da produção de leite. De acordo com o levantamento “Quem produz o leite brasileiro” de 2023, realizado pela MilkPoint Ventures, 1,7% dos produtores foram responsáveis por aproximadamente 28,1% do leite produzido no Brasil, com uma produção diária superior a 5.000 litros. Em contraste, 60,7% dos produtores brasileiros produziram apenas 11,3% do leite nacional, com uma produção diária inferior a 200 litros. De acordo com a levantamento mensal IPL - Índice de Produção de Leite, em comparação com o mesmo período do ano anterior (2023), o recebimento de leite no estrato acima de 1.000 litros tem evoluído.
Ao contrário do estrato de produção abaixo de 200 litros, que tem apresentado uma queda considerável, indicando que os produtores dessa faixa de produção estão saindo da atividade ou mesmo reduzindo a produção. Além disso, a produção dos 100 maiores produtores de leite do País em 2023 alcançou uma média diária de 28.739 litros, representando um aumento de 7,55% frente ao ano anterior e uma evolução de aproximadamente 340% em comparação ao primeiro levantamento realizado, em 2001. Com a mudança evidente em curso no setor leiteiro, surge a dúvida: como o pequeno e médio produtor garantem seu espaço na cadeia do leite? Apesar da tendência observada, o pequeno e médio produtor possuem espaço no setor. Entretanto, é necessária participação ativa de fortes estruturas de apoio, como Sebrae, Senar, cooperativas e laticínios, além de uma gestão cada vez mais eficiente da atividade.
A sucessão familiar também é um fator importante para a continuidade desses produtores na cadeia. A exploração de nichos de mercado, como a produção de produtos diferenciados de origem familiar e artesanal também pode ser uma oportunidade viável para pequenos e médios produtores. Os pequenos produtores precisam se profissionalizar, caso contrário, há um grande risco de sair da atividade. Ele precisa buscar, dentro da realidade dele, ser mais eficiente. E talvez o primeiro passo é a busca por conhecimento. A atividade leiteira está alcançando um nível de profissionalização tal que, se os produtores não acompanharem essa evolução, podem se marginalizar, podendo afetar o interesse das futuras gerações. Além disso, é importante uma consultoria e assistência técnica no desenvolvimento do produtor, auxiliando desde a reprodução até a gestão de dados da fazenda. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.