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11/Oct/2024

Suíno: indústria dos EUA está enfrentando desafios

A indústria suína dos Estados Unidos enfrenta um desafio significativo e prolongado: a queda do consumo de carne suína e sua estagnação desde a década de 1970. Embora o consumo geral de carne tenha aumentado ao longo desses 50 anos, o consumo de carne suína diminuiu, deixando o setor em uma posição crítica. A chave para essa mudança está em um fator amplamente reconhecido, mas negligenciado: o sabor. Pesquisas de consumo indicam que o sabor é o principal fator de decisão de compra de carne, e, apesar de essa realidade ser clara, a indústria suína não tem se abordado esta questão.

O resultado é a perda de participação de mercado para outras carnes, especialmente o frango, cuja demanda disparou, enquanto a carne suína permaneceu estagnada. No Japão, a carne suína norte-americana de alta qualidade é altamente valorizada. De fato, grande parte dos cortes suínos premium dos Estados Unidos são destinados ao mercado japonês, onde há rigorosos padrões de qualidade em termos de cor e sabor. Isso levanta uma questão delicada: por que a carne suína de melhor qualidade vai para o exterior enquanto os consumidores norte-americanos recebem produtos de menor qualidade?

Essa realidade é preocupante, pois a maioria dos consumidores norte-americanos desconhece que estão consumindo carne suína inferior, enquanto outros mercados internacionais desfrutam de produtos superiores. Isso pode gerar uma desconexão entre o que os consumidores desejam (um produto saboroso e de qualidade) e o que é oferecido no mercado doméstico. A tentativa da indústria suína de competir com o frango nos anos 1990, com o programa “The Other White Meat”, é outro fator que contribuiu para a perda de identidade da carne suína. Ao tentar se igualar ao frango, o foco se distanciou do sabor e da qualidade, resultando em um produto insípido e sem cor.

Enquanto isso, o consumo de frango disparou, deixando a carne suína para trás. Estatísticas recentes mostram que, embora o consumo de frango tenha crescido significativamente, os consumidores ainda preferem carne vermelha e estão dispostos a pagar mais por ela. No centro-oeste dos Estados Unidos, por exemplo, a despesa anual com carne vermelha foi de US$ 572,00 por pessoa em 2022, contra US$ 222,00 com frango. Esses números demonstram que o desejo por carne vermelha permanece forte e que, se a carne suína pudesse oferecer um produto com sabor consistente e de qualidade superior, a demanda certamente aumentaria. O caminho para o futuro da indústria está em atender ao que os consumidores mais desejam: sabor.

A indústria suína dos Estados Unidos precisa de uma transformação para garantir sua sobrevivência. O fornecimento de um produto saboroso e de alta qualidade pode reverter a tendência de declínio e fortalecer a demanda interna, dando à próxima geração de produtores uma chance real de sucesso. Este momento é crucial para a indústria suína dos Estados Unidos. Com uma mudança focada no sabor e na qualidade, há uma oportunidade de reconquistar a confiança dos consumidores e revitalizar o mercado doméstico. Para tanto, é fundamental que os produtores e líderes do setor se unam em torno de uma estratégia que priorize o que realmente importa para o consumidor: sabor e qualidade. Fonte: Genesus. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.