08/Oct/2024
Após o expressivo recuo nas importações de lácteos no mês de agosto, no mês de setembro as importações ficaram estáveis. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o saldo registrado no mês de setembro chegou a -177 milhões de litros em equivalente-leite, registrando uma alta mensal de cerca de 2 milhões de litros em relação a agosto. As exportações de lácteos apresentaram avanço no último mês, com 4,9 milhões de litros em equivalente-leite exportados em setembro, o aumento mensal foi de 22%, mantendo um patamar semelhante ao observado anteriormente para as exportações brasileiras.
As importações de setembro ficaram praticamente estáveis, apresentando leve queda mensal. Ao todo, foram importados cerca 182,1 milhões de litros em equivalente leite, registrando uma queda mensal de 0,3%. Apesar do recuo, as importações de lácteos ainda se mantêm em um patamar considerado elevado, semelhante ao observado nos meses anteriores deste ano. Em relação às categorias exportadas no último mês, as maiores variações mensais de volume foram apresentadas pelas categorias de soro de leite, que teve aumento de 180 toneladas (+44%) e fechou o mês com volume exportado de 592 toneladas em setembro; além da categoria de creme de leite, que aumentou seu volume no mês em 171 toneladas (+32%) e fechou setembro com 706 toneladas exportadas.
Do lado das importações, o principal destaque ficou com o grupo de queijos, que teve aumento no mês de 379 toneladas (+7), fechando com volume de 5.925 toneladas, o que representa o maior volume mensal de importações da categoria de toda a série histórica. Apesar do aumento nos preços registrados durante o mês de setembro no leilão GDT, o maior leilão internacional de lácteos, que impactou as cotações dos lácteos no Mercosul, alguns produtos importados, como o leite em pó integral e a muçarela, mantiveram-se mais competitivos em relação aos produtos nacionais. Essa competitividade de preços continua sendo um dos principais fatores que influenciam as importações brasileiras.
No entanto, outro aspecto começou a ganhar destaque recentemente: o aumento das exportações argentinas e uruguaias para fora do Mercosul, que se tornaram mais significativas nos últimos meses. Esse cenário levanta questionamentos sobre a disponibilidade de lácteos do Mercosul para o mercado brasileiro, o que pode se tornar um fator limitante para as importações. Portanto, apesar das incertezas, as importações brasileiras devem se manter, no restante de 2024, em níveis semelhantes aos observados recentemente, com atenção voltada para a disponibilidade dos principais fornecedores do Mercosul e de suas estratégias comerciais no mercado internacional. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.