03/Oct/2024
Segundo a Scot Consultoria, o recente aumento das tensões no Oriente Médio, impulsionado pelo conflito entre Israel e o Hezbollah e os ataques do Irã, pode ter implicações diretas para o comércio global de proteínas, incluindo as exportações brasileiras de carne bovina e aves. O impacto na região é preocupante, especialmente em mercados estratégicos como os Emirados Árabes Unidos, um importante hub de reexportação de alimentos para a região. Os Emirados Árabes são grandes compradores de carne bovina e aves do Brasil. Como o País não pode exportar diretamente para o Irã por causa das sanções dos Estados Unidos, os Emirados Árabes compram e redistribuem. Qualquer interrupção no comércio com eles tem um efeito cascata.
Além disso, o Brasil exporta bovinos vivos para o Líbano e a Turquia, mercados que também podem ter impacto da escalada do conflito. Embora o Oriente Médio não seja um mercado tão volumoso quanto a China, tem uma importância estratégica para as exportações brasileiras. É uma região que depende muito das importações de alimentos, especialmente carne. Não têm capacidade de produzir em volume suficiente, então, qualquer interrupção no fornecimento afeta diretamente a oferta local. Além do impacto direto no comércio de proteínas, há ainda a complexidade dos relacionamentos econômicos com países do Oriente Médio, como a Arábia Saudita, que investe fortemente no Brasil.
A Arábia Saudita, por exemplo, exporta capital para o Brasil, que usa esse capital para fortalecer a produção interna e, em troca, vende carne para eles. Esse equilíbrio pode ser prejudicado com a intensificação do conflito. O cenário global de petróleo influencia fortemente a região. Se o Irã fechar o Estreito de Ormuz, onde passa um terço do petróleo mundial, o preço do barril pode disparar, o que teria um impacto indireto no comércio de commodities, incluindo alimentos. Ressalta-se a volatilidade do cenário geopolítico e as consequências potenciais para o Brasil. Guerra nunca é boa. Ela afeta a estabilidade dos mercados, prejudica as cadeias de suprimentos e gera incertezas que impactam diretamente o comércio de proteínas, em especial para regiões tão dependentes de importações como o Oriente Médio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.