03/Oct/2024
O Programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR) foi criado pelo governo do estado do Paraná com o objetivo de incentivar a produção de energia limpa e sustentável no campo. Desde 2021, ano de criação do programa, já foram mais de 26 mil usinas fotovoltaicas e ou de biogás instaladas. Por meio de subsídio da taxa de juros, via Banco do Agricultor Paranaense, operacionalizado pela Fomento Paraná, o Estado banca parte ou a integralidade dos juros do financiamento para instalação de fontes de energia renováveis, como solar e biogás, no meio rural. É uma forma de baratear o custo da produção e contribuir para a preservação do meio ambiente. Além disso, o aproveitamento de dejetos de animais para produção de biogás, reduz a emissão de gases altamente poluentes no ar ou a contaminação do solo e de lençóis freáticos, por exemplo.
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) ressalta que o objetivo do Estado é incentivar cada vez mais a instalação de biodigestores como forma de reduzir a emissão de poluentes no ar, gerar energia limpa, reduzir custos para quem produz e ainda acabar com os dejetos, obstáculo que mais afeta os produtores de animais, sejam suínos, bovinos ou aves. O governo do Paraná incentiva o biogás mais do que qualquer outra energia renovável porque, ao se fazer biodigestão, é realizado um tratamento, uma adequação ambiental, pois trata dejetos que normalmente impactam o meio ambiente e os transforma em riqueza, que é a energia do biogás, do biometano e, ainda, o digestato, que é o resíduo que sobra após a biodigestão e que pode ser convertido em fertilizante para uso agrícola. De acordo com levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), até 2023 eram 404 plantas de biogás instaladas no Paraná, com ampla folga na liderança a nível nacional.
De 2022 para 2023, o número de plantas cresceu 54% (antes eram 262). O Estado responde por 29,59% das plantas de biogás no Brasil. Minas Gerais aparece em segundo lugar, com 348 unidades, e Santa Catarina, com 122. Em termos de produção de biogás, a Região Sul produziu 862 milhões de metros cúbicos normal (Nm³), sendo que o Paraná é responsável por 53,4% desse volume, com 461 milhões de Nm³, crescimento de 20% em relação a 2022. Em um biodigestor, os dejetos animais são decompostos por bactérias em um ambiente sem oxigênio. Durante esse processo, é produzido o biogás, uma mistura de metano e dióxido de carbono, que pode ser utilizado para gerar energia elétrica através de motores a gás. Todos os projetos têm um retorno sobre o capital investido de cerca de quatro a cinco anos. Para linhas de crédito de seis anos isso significa que, antes de vencer o financiamento, uma vez que ele é 100% financiado para o produtor, ele já recuperou o capital investido. O dejeto é um problema para todos os produtores de suínos.
Não é possível jogar o dejeto diretamente na lavoura, pois dessa forma ele danifica as plantas. E com os tanques todos cheios, não se consegue limpar os chiqueiros. Isso mudou, pois o tratamento do dejeto é outro. Os gases vão embora, então não prejudica o meio ambiente e até mesmo a própria lavoura. Trata-se de uma adubação de qualidade. Com isso, os gastos com a compra de adubo também caem. Também é possível vender a energia produzida pelo biodigestor, em vez de usar na propriedade. O Paraná é o segundo maior produtor de suínos do Brasil, com pouco mais de 12 milhões de unidades em 2023, 21,2% da produção nacional. O Estado fica atrás somente de Santa Catarina (29,5%) e à frente do Rio Grande do Sul (17%). O Valor Bruto da Produção (VBP) da suinocultura foi de R$ 12,5 bilhões em 2023. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), o Paraná é o terceiro maior exportador do Brasil, com 168 mil toneladas enviadas ao mercado internacional em 2023 e comércio com 75 países. Santa Catarina e Rio Grande do Sul completam o pódio, em primeiro e segundo lugares, respectivamente. Fonte: AEN-PR. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.