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03/Oct/2024

Abordagens do documentário “Um mundo sem vacas”

Novo documentário filmado em 40 locais ao redor do mundo por três anos explora o impacto dos bovinos nas economias, ecossistemas, culturas e nutrição humana. Lançado o trailer oficial de World Without Cows (Um mundo sem vacas), novo documentário que examina as maneiras complexas e, muitas vezes, surpreendentes pelas quais os bovinos impactam o mundo. Por meio de entrevistas com especialistas do agronegócio e da ciência ambiental, “Um mundo sem vacas” examina o significado cultural e econômico das vacas, seu papel na nutrição e seu impacto no clima. Motivada em parte pela narrativa negativa e não científica predominante em torno da pecuária, esta investigação foi liderada por Michelle Michael e Brandon Whitworth, dois jornalistas que viajam pelo mundo contando histórias sobre agropecuária. Há três anos, eles partiram em uma aventura que os levou a mais de 40 destinos ao redor do mundo, do coração dos Estados Unidos ao Quênia, Índia, Brasil e além, enquanto procuravam responder a uma pergunta aparentemente simples: "Estamos melhor em um mundo sem vacas?"

Ao longo do caminho, eles contaram com uma rede global de cientistas agroalimentares e ambientais, agricultores, pecuaristas, acadêmicos e outros especialistas, que ofereceram suas perspectivas sobre o verdadeiro impacto dos bovinos e as possíveis consequências de sua remoção. O que eles descobriram estava longe de ser simples: quando se trata de vacas, não é preto no branco. A dependência da humanidade da pecuária é mais complexa do que se imagina, assim como as conversas em nível global e local sobre seu papel como catalisadores para que as pessoas e o planeta prosperem. "Eu nunca pensei que seríamos nós a contar essa história", disse Whitworth. "Mas quanto mais aprendíamos, parecia que não tínhamos escolha", acrescentou Michael. "Tínhamos uma responsabilidade. Tínhamos que contar essa história. Literalmente em todo o mundo, os pecuaristas nos receberam de braços abertos”, relatou. "Conversamos com literalmente dezenas e dezenas de pessoas ao redor do mundo, diversos especialistas em várias áreas diferentes", continuou Whitworth.

"E fizemos essa pergunta: para você, o que aconteceria se não existissem vacas?" Resultado dessa jornada, o documentário Um mundo sem vacas apresenta um grupo diversificado de especialistas que exploram o impacto dos bovinos por uma perspectiva cultural, social, econômica, nutricional e ambiental. Esta discussão guiada pela ciência destaca a profunda dependência da pecuária em muitas regiões do mundo, os desafios de nutrir a população global em constante crescimento, o valor essencial da proteína animal e a relação entre os bovinos e o meio ambiente, incluindo seu impacto na biodiversidade, saúde do solo e captura de carbono. O documentário de 85 minutos visa ampliar o diálogo, incentivando os espectadores a refletirem mais profundamente sobre como as vacas impactam o mundo e descobrirem que há muito mais a considerarem quando se trata da pecuária e da vitalidade do planeta. "Esta não é apenas uma conversa baseada em opiniões, em que as pessoas estão gritando seus próprios pensamentos e opiniões para você", disse Whitworth.

"São doutores, PhDs., agricultores, pecuaristas e pessoas que têm experiência e educação em todas essas áreas. São fatos. É ciência." Um dos especialistas que Michael e Whitworth consultaram é Jack Bobo, um futurista de alimentos e diretor do Instituto de Sistemas Alimentares da Universidade de Nottingham. "Por 10 mil anos, agricultores e pecuaristas foram convocados a fazer uma coisa, que é produzir mais alimentos", comentou. "Crescemos em um bilhão de pessoas a cada 11 ou 12 anos. O desafio é que, a cada dia até 2050, fica mais difícil alimentar o mundo." Justin Sherrard, estrategista global do Rabobank, estima que cerca de uma em cada dez pessoas no mundo depende diretamente dos bovinos para sua subsistência (mais de 800 milhões de pessoas). "No fim das contas, precisamos abordar todo o sistema alimentar global", destacou. O Dr. John Lynch, climatologista da Universidade de Oxford, ressaltou que é urgente reduzir as emissões de gases de efeito estufa. "Como será o mundo daqui a 30 ou 40 anos se continuarmos aquecendo o planeta e fazendo com que esses eventos mais extremos ocorram com cada vez mais frequência?", questionou.

"Acho que, se fizéssemos uma pesquisa, muitas pessoas diriam que as vacas são a pior coisa do mundo para o clima", continuou. "As vacas não são as maiores contribuintes para as mudanças climáticas. Definitivamente, ainda são os combustíveis fósseis." O Dr. Frank Mitloehner, professor e especialista em qualidade do ar que lidera o Centro CLEAR da Universidade da Califórnia, Davis, aborda a disponibilidade de terras a nível mundial, as emissões de gases de efeito estufa e o impacto dos bovinos no clima. "Não estou dizendo que a bovinocultura não tem impacto ou é um impacto pequeno", declarou. "Como todos os setores da sociedade, a pecuária precisa fazer a sua parte e ajudar a reduzir nosso impacto no clima. Nós podemos e devemos fazê-lo. Mas não devemos inventar histórias de que esses animais são responsáveis pela maioria das emissões, pois eles não são." Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.