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30/Sep/2024

Leite: questão da informalidade na Região Nordeste

O volume de leite produzido na Região Nordeste cresceu muito mais do que a produção total do País, passando de 10,5% do total do Brasil em 2013 para quase 18% em 2023. A análise dos dados da Pesquisa Trimestral do Leite (PTL) e dos dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dão uma pista para esclarecer sobre onde se localiza a produção da Região Nordeste. Como esclarecimento e para fins desta serão considerados os dados da PTL como a produção formal e os da PPM como a produção total de leite no País e nas diferentes regiões. A diferença entre uma e outra representa o leite informal (que não passa por algum tipo de inspeção sanitária).

As realidades são muito diferentes para as duas regiões onde a produção de leite mais cresce no País: Nordeste e Sul. Na Região Nordeste, a cada 10 litros de leite produzidos, 7 litros seguem o caminho informal de comercialização (entre várias alternativas, destaca-se a produção de queijo coalho diretamente por produtores ou por micro indústrias que não operam sob algum tipo de inspeção sanitária e que compram sua matéria prima de tanques coletivos e/ou de donos de linha de leite, intermediários que fazem a coleta de leite de vários pequenos produtores).

Na Região Sul do Brasil, cada 10 litros de leite produzidos resultam em 8,5 litros processados por indústrias sob inspeção. Este é somente um dos enormes desafios da Região Nordeste, que tem um grande crescimento da produção de leite e uma boa demanda, ainda hoje atendida prioritariamente por leite e derivados produzidos em outras regiões do País. E, obviamente, um desafio também para indústrias formais e sob inspeção sanitária que se dispõem a investir em plantas industriais naquela região. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.