27/Sep/2024
Inovar é criar algo, introduzir novidades, renovar ou recriar. A inovação nem sempre quer dizer ‘inventar a roda’; pode se resumir em apenas melhoria de algo já existente. Uma dificuldade ou a necessidade de aprimoramento podem ser fatores essenciais para a implementação de inovações, e, na cadeia leiteira, muitas vezes encontramos a junção desses fatores. Em um cenário desafiador como o setor lácteo, oportunidades não faltam para inovar, tanto na produção quanto na indústria de lácteos. Para a indústria de laticínios e para o produtor, o Projeto Originação pode ser uma ótima oportunidade para inovar. A Cia do Leite destacou que o mundo mudou, mas o leite ainda é uma das atividades agropecuárias mais atrasadas do Brasil. De acordo com os dados apresentados a partir de uma pesquisa realizada pela Cia do Leite com 5.400 fazendas e 26 laticínios em 4 Estados, 76% das fazendas não possuem controle de custos da produção.
Ainda mais alarmante é o fato de que 85% dos produtores não tomarem decisão com base na tabela de pagamento por qualidade do laticínio. O projeto Originação, que atua fortalecendo a relação entre a Indústria e o produtor, foi criado para solucionar algumas ‘dores’ da cadeia láctea como a falta de matéria prima, custos elevados para aquisição do leite cru, competição por leite entre laticínios e falta de competitividade com os lácteos do mercado internacional. O objetivo do projeto é melhorar a relação entre produtor e a indústria e solucionar o problema de ambos, através do aumento do volume de leite. O que mudaria a vida do produtor é o aumento da escala que o ajuda a diluir seus custos e o que vai resolver a competição das indústrias é aumentar a oferta de matéria prima num custo saudável. O projeto nasceu para tornar a cadeia produtiva do leite cada vez mais competitiva.
O projeto Originação foi inspirado pelos exemplos já consolidados em outras cadeias produtivas agropecuárias, nos quais a indústria aponta a qualidade e o volume da matéria prima que deve ser produzida, com apoio da utilização de capital privado do mercado financeiro para a expansão de negócios potenciais. De forma simples: a indústria fornece vacas de alta genética, produtividade e sanidade, adequadas à propriedade. Além disso, uma assessoria técnica especializada que garante o manejo correto dos animais e a gestão da fazenda. Seguindo as orientações, o produtor será capaz de elevar a produção, não apenas das novas vacas, mas de todo o seu rebanho, deixando sua operação mais eficiente, melhorando a qualidade do leite e entregando maior quantidade de matéria prima para a indústria. O projeto é um tipo de financiamento, ele cria uma estrutura que torna menos burocrático o financiamento das vacas e benfeitorias necessárias para a expansão da produção, as parcelas são compatíveis com a produção e diluídas na produção futura.
Porém, há um benefício extra: ao retirar sua vaca, é estipulado uma meta de produção, se o produtor atingir a meta, a parcela é paga pela indústria de laticínios. O aumento da produção de leite pelo produtor garante um aumento de matéria prima para a indústria. Além disso, um leite de melhor qualidade, perto da planta e com os padrões que a indústria deseja. Com essa parceria há um benefício mútuo e a fidelização dos produtores, garantindo uma relação de longo prazo com fornecedores confiáveis. O Projeto Originação já está beneficiando indústrias parceiras que originam o próprio leite em suas bacias leiteiras. O Projeto Originação é um exemplo inovador de como a indústria e os produtores podem trabalhar juntos para superar desafios e alcançar o sucesso mútuo. Através de financiamento acessível, assistência técnica especializada e um modelo de negócio vantajoso para ambas as partes, o projeto contribui para a competitividade da cadeia leiteira brasileira e para a qualidade do leite que chega à mesa dos consumidores. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.