17/Sep/2024
A retomada das negociações no mercado físico do boi gordo tem o clima como importante fator a influenciar a oferta de bovinos terminados e o rumo dos preços. A perspectiva de continuidade do clima seco em parcela relevante das regiões produtoras pode dificultar a reposição das boiadas e limitar a disponibilidade de lotes para compra. A recuperação dos pastos nas regiões produtoras será um desafio para os pecuaristas, devido à seca prolongada e às queimadas que assolaram várias áreas. Com a escassez de boi de pasto, os produtores estão mais dependentes dos bois de confinamento, o que eleva ainda mais os preços.
Esse cenário só deve se alterar com a chegada das chuvas. Além disso, há expectativa de que o escoamento da proteína se mantenha consistente ao longo dos próximos dias, o que pode permitir novos ajustes no preço da arroba no curto prazo. Na última semana, com a oferta limitada de animais, os preços tiveram alta relevante em diferentes regiões pecuárias. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 255,00 por arroba a prazo. A oferta é baixa e a demanda, consistente. O "boi China" está cotado a R$ 260,00 por arroba a prazo.
Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo está cotado a R$ 260,00 por arroba; no Pará, entre R$ 220,00 e R$ 223,00 por arroba; e no Espírito Santo, a R$ 230,00 por arroba. O único recuo da cotação é observado no Rio Grande do Sul, para R$ 8,90 por Kg. Essa queda isolada reflete a maior oferta de bovinos, assim como as escalas de abate confortáveis. A retirada do gado para o início do plantio tem aumentado a disponibilidade de bovinos, o que pressiona as cotações. Em São Paulo, no atacado, a demanda é firme, especialmente por dianteiros e ponta da agulha, tanto na distribuição quanto na indústria, que utiliza essas partes como matéria-prima e vem observando aumentos de preços nas últimas semanas.