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13/Sep/2024

Cargill e Coamo: parceria para a produção de ração

Em mais um movimento para ampliar sua operação de nutrição animal no Brasil, a Cargill fez uma parceria com a Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina, para produção de rações para aves e suínos, em Campo Mourão (PR). É a segunda transação do tipo este ano. Em fevereiro, a multinacional anunciou acordo com a Bom Negócio, de Patrocínio (MG), para ampliar a produção da sua linha de suplementos minerais para bovinos. Com a nova parceria, a Cargill Nutrição Animal expande seu portfólio e entra num segmento em que ainda não atuava, o de rações para aves e suínos. Até então, a empresa só produzia ração pronta para leitões e os chamados premix, misturas de vitaminas e minerais que são um dos ingredientes das rações. A parceria estratégica é a junção de duas “fortalezas”. A Coamo, tem a oferta de grãos (soja e milho), a capilaridade, e a Cargill, o conhecimento da nutrição em si. As rações, que serão comercializadas com a marca Nutron, da Cargill, começaram a ser produzidas na fábrica recém-inaugurada pela Coamo, em Campo Mourão, sob contrato de exclusividade.

A unidade tem capacidade de produção de 7 mil toneladas por mês. A Cargill fornece a formulação das rações e audita o processo de produção na unidade e depois faz a comercialização. A Coamo produz com os grãos que recebem dos cooperados. A localização da fábrica é outro ponto estratégico da parceria, já que a Região Sul é a principal produtora de aves e suínos do Brasil. Como ração é sinônimo de grandes volumes, estar perto dos clientes, no caso os criadores, é fundamental. A ração não pode viajar muito porque é muito volume para ficar levando a distâncias longas. E como o Paraná é o maior produtor de proteína animal no País, junto com Santa Catarina, a Cargill completou o portfólio, fazendo ração para aves e suínos, e perto do produtor. Hoje, a operação de nutrição animal da Cargill no Brasil é o terceiro maior mercado da divisão globalmente, atrás apenas de Estados Unidos e China. O plano é continuar avançando, e as parcerias são uma forma de acelerar a expansão.

O principal negócio da divisão é a produção de premix e núcleos vitamínicos. Assim, eventualmente, investir na construção de fábrica para ampliar a capacidade produtiva desses itens faria sentido. Mas, o mesmo não se aplica à ração. O negócio não é fazer a ração final. A parceria é uma maneira de acelerar a ida ao mercado com portfólio maior. Os recentes investimentos da Cargill para ampliar a área de nutrição animal refletem uma expectativa da empresa de que a avicultura e a suinocultura seguirão crescendo no Brasil. A produção mundial de grãos está basicamente na América do Norte e do Sul e algo no Leste Europeu. Como o custo da ração (que tem milho e farelo de soja) é 70% do custo da proteína animal, é natural que a produção de aves e suínos venha atrás como maneira de agregar valor ao grão. A Coamo celebrou a parceria. As rações têm como matéria-prima milho, soja e trigo entregues pelos cooperados. No ano passado, a Coamo recebeu 10 milhões de toneladas de grãos de seus associados.

Em outra frente para expandir os negócios de nutrição animal, a Cargill está construindo uma fábrica de sal mineralizado (produto destinado a alimentação de bovinos) em Primavera do Leste (MT). Com capacidade de produção de 120 mil toneladas, a unidade deve começar a operar em agosto do ano que vem. Nesse caso, a estratégia também é estar perto do mercado consumidor. Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do Brasil, e não dá para ficar viajando muito com sal mineral, então é preciso estar no local. Hoje, a Cargill Nutrição Animal tem seis fábricas no País e quatro parceiros de terceirização. A divisão, em nível global, representa cerca de 15% da receita total da multinacional, que foi de US$ 160 bilhões no ano fiscal encerrado em maio. Com mais de 32 mil cooperados nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, a Coamo registrou uma receita de R$ 30,295 bilhões em 2023. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.