12/Sep/2024
Um novo caso de gripe aviária em humanos confirmado no estado de Missouri, nos Estados Unidos, está sendo visto como um sinal de que o vírus pode representar uma ameaça cada vez maior a humanos. O novo caso, divulgado na semana passada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e autoridades estaduais, é o primeiro nos Estados Unidos neste ano que não está ligado a uma exposição conhecida a animais. O surto atual de gripe aviária afetou rebanhos leiteiros em 14 Estados norte-americanos. Até agora, 13 trabalhadores em fazendas leiteiras e granjas de aves no país foram infectados. O CDC tem dito há meses que o risco do vírus para o público em geral é baixo, mas que trabalhadores rurais devem tomar precauções. O aparente surgimento de um paciente sem vínculos conhecidos com animais é algo significativo.
A Universidade Brown está preocupada com a ameaça aos trabalhadores rurais, e o novo caso pode ampliar essa ameaça. Se o vírus adquirir a capacidade de infectar humanos com mais facilidade e se espalhar entre eles, seria uma nova pandemia. Muitas questões sobre o caso do Missouri ainda permanecem sem resposta. Não há sinais de muitas outras pessoas sendo infectadas, mas é preciso estar à frente desse vírus. O CDC ainda não determinou se o vírus que infectou o paciente de Missouri é o mesmo que está circulando entre o gado leiteiro. Embora o vírus de Missouri pertença ao amplo grupo H5 de vírus da Influenza Aviária, levará tempo para saber se é um vírus H5N1 e se suas impressões genéticas correspondem às do vírus que está se espalhando pelas fazendas leiteiras. Embora centenas de pessoas tenham contraído o H5N1 desde que os primeiros casos em humanos foram identificados, em 1997, a transmissão de humano para humano tem sido extremamente rara.
Os vírus de gripe aviária que evoluíram para se espalhar eficientemente entre humanos causaram várias pandemias no último século. A última pandemia de gripe se espalhou pelo mundo em semanas, uma referência à pandemia de H1N1 de 2009, que apareceu pela primeira vez na Califórnia em abril daquele ano e, em junho, já havia se espalhado para todos os estados e mais de 70 países. Essa é a rapidez com que a gripe se espalha. Esse vírus atualmente não tem essa capacidade, mas pode adquiri-la. Carol Cardona, cientista especializada em gripe aviária e professora de saúde aviária na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Minnesota, disse que o caso de Missouri "não é bom". O caso coloca em dúvida se a vigilância atual do vírus em animais é suficiente. “Estou decepcionada com meus colegas de saúde animal e veterinários por não conseguirmos controlar isso", afirmou ela.
O CDC não divulgou muitos detalhes sobre a investigação do caso em Missouri. A agência disse na sexta-feira (06/09) que o paciente foi hospitalizado, mas posteriormente teve alta e se recuperou. O Departamento de Saúde e Serviços para Idosos de Missouri informou em comunicado que a pessoa foi hospitalizada em 22 de agosto. O CDC confirmou o teste positivo para H5 na última quinta-feira (05/09). O novo caso em Missouri traz preocupação com a possibilidade de transmissão entre humanos. Respostas para perguntas sobre onde o paciente contraiu a doença e se ele a transmitiu para alguém poderiam resolver essas preocupações. "Acho que não temos escolha a não ser operar supondo o pior cenário", disse Nuzzo. "O perigo aqui é subestimar a situação, não exagerar." Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.