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12/Sep/2024

Boi: aumento no abate de fêmeas impactará oferta

Os preços do boi gordo já tinham revelado que o volume abatido estava muito alto. A divulgação recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre abates no segundo trimestre traz a confirmação e o detalhamento da força produtiva da pecuária brasileira. O volume abatido foi recorde, com destaque para a categoria fêmea (vaca e novilha). Foram 8,8 milhões de fêmeas no semestre, o que representou 45,7% do total de animais abatidos. Em igual período do ano passado, haviam sido 6,92 milhões de cabeças, 44,06% do total.

No segundo trimestre deste ano, o abate de vacas (adultas) praticamente se igualou ao recorde atingido no primeiro trimestre de 2014. Na categoria novilhas, no semestre, foram 2,769 milhões de cabeças, 14,4% do total de abates, um recorde para um primeiro semestre. Considerando-se a série histórica desde 1997, até então, o maior volume de novilhas abatidas havia sido registrado em 2019, quando representaram 13% do abate total no primeiro semestre, com 2,068 milhões de cabeças. Desde 2018, o abate de novilhas vem se destacando, estimulado pela boa precificação obtida por esses animais; entre 2020 e 2022, teve uma diminuição, mas ainda se manteve alto.

A relativa retenção de matrizes naquele período, especialmente em 2021, e a taxa elevada de fêmeas inseminadas artificialmente, atingiu a máxima de 26% em 2021, segundo dados do Cepea/Asbia, culminam em maior oferta de bezerros, bois e no aumento do descarte de fêmeas visto recentemente, com possíveis reflexos também para 2025. Vale observar que a taxa de inseminação, que era de 16% em 2019, tem se mantido acima de 20% e sinaliza aumento da produtividade do segmento de cria.

Por outro lado, o descarte elevado de fêmeas nos últimos meses pode contrabalançar a expansão da oferta nos próximos anos. Não só o abate de fêmeas aumentou; o de machos também. No total, entre janeiro e junho, foram abatidos no Brasil 19,262 milhões de bovinos, número 22,63% superior ao do mesmo período de 2023 e 13,9% maior que o recorde semestral anterior, de 2014. Naquele período, os fortes abates refletiram a falta de chuvas que prejudicou pastagens em 2013 e em 2014, motivando a redução dos rebanhos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.