11/Sep/2024
O Ministério da Agricultura divulgou, por meio do Ofício-Circular Conjunto Nº 24/2024, novas diretrizes para a exportação de carne bovina para a União Europeia e o Reino Unido. A principal mudança no documento estabelece que, temporariamente, apenas a bovinos machos serão considerados elegíveis para exportação até que um protocolo privado seja adotado para garantir que as fêmeas não tenham sido tratadas com ésteres de estradiol para fins reprodutivos ou zootécnicos. O protocolo deverá ser implementado em até 12 meses, com fases de adaptação do sistema, acreditação e treinamento de certificadoras, além da certificação de estabelecimentos sob novas regras.
O período de transição pode ser abreviado ou estendido conforme o cronograma. Essa ação atende à Recomendação nº 2 do relatório DG (Sante) 2024-8087, emitido pela União Europeia, sobre controle de resíduos e contaminantes. Os estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) brasileiro devem ser informados sobre a nova determinação, que entrará em vigor 30 dias após a publicação do ofício, realizada em 6 de setembro pelo Departamento de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura. Porém, a Minerva Foods, acredita que a União Europeia poderá se ver forçada a flexibilizar a medida que deixa apenas bovinos machos elegíveis para exportação da carne bovina brasileira.
Ao longo dos próximos meses, será visto o reflexo dessas medidas no mercado de carne na Europa, como elas afetarão a oferta local e os preços. Dependendo do impacto, essas medidas poderão se manter tão restritivas ou haverá espaço para alguma flexibilização e mais prazos para adoção. A medida trará efeitos diretos sobre a produção brasileira. Uma parte significativa do abate no Brasil é composta por fêmeas, e uma parte da produção destinada à Europa é feita com vacas e novilhas. Portanto, isso será afetado imediatamente. Mas, a medida não deve ter um grande impacto na pecuária brasileira agora. A União Europeia terá mais problemas do que o Brasil.
Nos últimos meses de 2024, o mercado brasileiro deve conseguir absorver a produção que seria destinada à União Europeia. No fim do ano, o mercado interno ganha força. O fim do ano é sempre um período de boas vendas no Brasil, especialmente para cortes de traseiro que são consumidos em festas e confraternizações. Embora a Europa tenha tido um papel importante no mercado brasileiro de carne, o Brasil abriu muitos mercados e construiu alternativas de venda. No caso da União Europeia, que compra principalmente traseiros, o mercado brasileiro para esse corte melhorou devido à sofisticação do consumo e ao aumento da renda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.