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06/Sep/2024

Suíno: cenário positivo para suinocultura brasileira

A suinocultura tem consolidado seu processo de recuperação nos últimos meses, após dois anos de margens apertadas ou até negativas. O cenário positivo reflete uma combinação de exportações recordes e um mercado interno aquecido. Os estoques controlados são citados como fator fundamental para o momento positivo, o que já permitiu aumentos dos preços do suíno vivo e da carne em mais de 20% neste ano. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), atualmente, o setor está trabalhando com médias bem mais altas em comparação com os dois últimos anos, principalmente por causa das exportações, que estão batendo recordes. A demanda por carne suína brasileira se fortaleceu, com a exportação tendo alcançado em julho 138,3 mil toneladas, um volume mensal recorde e 31,4% superior ao igual período do ano passado, quando foram embarcadas 105,3 mil toneladas, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

De janeiro a julho, foram exportadas 752,1 mil toneladas de carne suína, alta de 8,2% ante as 695,1 mil toneladas do igual período de 2023. Um planejamento mais consistente de compras pela China contribuiu para o cenário positivo para a exportação, pois em anos recentes houve desafios com a queda brusca nas compras. Além disso, o imbróglio do país asiático com a União Europeia, alvo de investigação sobre supostas práticas antidumping na exportação de carne suína, amplia oportunidades para o Brasil. A perspectiva é que isso continue, especialmente com a situação política na Europa, o que direciona mais atenção para a carne brasileira. Segundo o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados em Santa Catarina (Sindicarne-SC), a situação agora está mais clara, com números mais previsíveis, e a China está fazendo um planejamento consistente. Isso traz uma estabilidade maior.

No mercado interno, o consumo de carne suína tem se mantido elevado, o que também contribui para o bom momento do setor. O consumo per capita deve ser de 20,5 quilos em 2024, superior ao registrado em anos anteriores. O consumo interno deve aumentar um pouco. A carne suína tem se mostrado uma opção acessível para os brasileiros. Ainda assim, há recuperação dos preços. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) relatou preço de R$ 13,20 por Kg para a carcaça suína especial. O valor subiu 13,01% em um mês e 23,13% ante o fim do ano passado. Em um mercado aquecido, o produtor também tem conseguido reajustar o preço do suíno. O Indicador do Suíno Vivo Cepea/Esalq apresenta preço de R$ 8,35 por Kg em Santa Catarina, o principal Estado produtor do País. O valor representa elevação de 12,53% ante um mês antes e de 28,26% sobre o fim de 2023.

Em termos de lucratividade, o setor opera com margens modestas, mas estáveis de 2% a 3%, sustentadas pela queda nos custos dos insumos. A gestão cuidadosa dos preços e da oferta é crucial para manter essas margens e garantir a sustentabilidade da atividade a longo prazo. Os preços de insumos estão baixos, o que torna a situação favorável para os produtores. É preciso, no entanto, cautela na administração dos estoques para que a recuperação tenha continuidade, pois os desafios em anos recentes foram provocados, principalmente, pela sobreoferta de suínos, ressaltou o Sindicarne-SC. Mas, a entidade mantém uma visão otimista sobre a recuperação do setor, tanto pela demanda do mercado interno como para as exportações. É preciso que o restante de 2024 e o ano de 2025 operem nesses patamares para que seja possível, de fato, compensar os resultados negativos recentes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.