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29/Aug/2024

Boi: momento favorável para compra de reposição

Tradicionalmente, entre julho e outubro, o bezerro tem os menores preços devido ao ciclo produtivo e à necessidade de o pecuarista de cria reservar mais espaço para as vacas, com vistas à estação de reprodução nos meses finais do ano. Além disso, o período seco acentua o interesse do criador em pôr à venda sua produção de bezerros. Paralelamente, o mercado pecuário vem operando com valorizações do boi gordo em todas as regiões. Os bovinos de reposição, bezerro e boi magro, também começam a se recuperar, mas a relação de troca atual oferece oportunidades para o terminador.

Neste mês, a relação boi gordo/bezerro está 6,6% melhor para o pecuarista de engorda que em agosto do ano passado, considerando-se o preço médio do boi gordo em São Paulo e do bezerro ESALQ/BM&F (MS) deflacionados pelo IGP-DI julho/2024. Em agosto/2023, com a venda de 1 boi de 17,5 arrobas, era possível a compra de 1,81 bezerro. No mês corrente, a relação está em 1,93. As cotações do boi gordo em São Paulo subiram 2,2% em 12 meses, na média de R$ 234,47 por arroba em agosto/2024, enquanto o bovino jovem, o bezerro, se desvalorizou 4,1% no mesmo período, cotado a R$ 2.066,82 por cabeça (MS), também em termos reais.

O cenário atual, portanto, está favorável para o terminador, que precisa observar também a oferta de bezerro no contexto do ciclo pecuário. Com base em dados histórico, os preços do bezerro em Mato Grosso do Sul estão em tendência de queda desde abril/2021, tendo recuado 38% até julho/2024 (valores deflacionados). O comportamento baixista, no entanto, pode se encerrar entre agosto/2024 e setembro/2025, possivelmente mais próximo de agosto, dado o encurtamento do ciclo com o uso crescente de tecnologia e os recentes abates significativos de fêmeas.

Em termos históricos, observando-se o intervalo de fevereiro/2000 a agosto/2024, a relação de troca média é de 2,21 bezerros comprados com a venda de 1 boi gordo (boi em SP e bezerro em MS). Ou seja, houve uma diminuição importante nas duas últimas 2,5 décadas, relacionada aos ciclos da pecuária. A maior relação em todo esse período foi registrada em novembro/2004, de 2,82, e a pior, em maio de 2015, de 1,76, devido à disparada de preços do bezerro. O mercado de bovinos para reposição segue firme neste final de agosto.

As ofertas são consideradas baixas frente ao interesse de compra, que tem aumentado, ainda que pontualmente. Com isso, as cotações do bezerro vêm se sustentando ou mesmo ensaiando novos ajustes. Apesar do cenário parecer favorável ao pecuarista, agentes ligados à atividade de cria, de recria e de engorda não se mostram nada satisfeitos com os valores que estão sendo obtidos com a venda de seus bovinos. No segmento de reposição, por sua vez, os bovinos de aproximadamente 12 meses estão sendo comercializados por volta dos R$ 2.000,00, enquanto os de mais de 18 meses, na casa dos R$ 3.000,00, na maioria das regiões. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.