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29/Aug/2024

Lácteos: perspectivas são positivas para o consumo

Os preços e suas movimentações nas gôndolas dos supermercados são importantes indicadores das tendências de consumo na ponta final. Naturalmente, em momentos de alta nos preços, os consumidores tendem a ficar mais retraídos; enquanto, com a queda nos preços, o giro de vendas tende a aumentar e o volume de vendas cresce. Nesse sentido, foi feita avaliação sobre como os preços dos lácteos para os consumidores finais têm se comportado nos últimos meses e quais são suas tendências atuais. Na análise de médio prazo, os preços dos lácteos ao consumidor final estão neste momento em níveis mais altos do que no passado, com crescimento bem superior à inflação média da economia.

Entretanto, em um recorte mais recente, de 2022 para cá, houve um expressivo ciclo de altas em 2022, mas, no final de 2023 e na primeira metade de 2024, os preços voltaram a recuar nas gôndolas dos supermercados, estimulando novamente o consumo e possibilitando a retomada do crescimento do volume de vendas total. O grupo de lácteos apresentava inflação acumulada de 2022 até junho de 2023. A partir de então, o cenário passou a ser de deflação e, nos últimos meses, essa inflação acumulada voltou a se estabilizar. Com esse cenário de deflação (preços mais baixos para os consumidores), juntamente com o aumento do número de trabalhadores no País e o fortalecimento da renda, o consumo voltou a apresentar maior robustez.

No 1º semestre de 2024, ao analisar o mesmo indicador do IPCA para a cesta de lácteos, mas desta vez observando a variação mensal em vez do acumulado em 12 meses, percebe-se que todos os meses registraram pequenos acréscimos (alta dos preços). Contudo, no mês de julho, essa tendência se encerrou, sinalizando um possível início de redução dos preços ao consumidor, o que pode acelerar um pouco mais o consumo e beneficiar o mercado como um todo. Em São Paulo, no caso do leite UHT, as altas vinham ganhando força até o final de junho, desaceleraram em julho, e agora a variação acumulada começa a reduzir, criando preços mais atrativos para o consumidor final.

Para a muçarela, a tendência até o final de julho foi similar à do UHT. Entretanto, nas últimas semanas, essa tendência se estabilizou, com pequenas variações positivas acumuladas. Nesse caso, a estabilização dos preços também se mostra como um indicativo positivo, tendo em vista que o preço praticado nas vendas da indústria também vem passando por reajustes positivos nas últimas semanas, conforme evidenciado por pesquisas aqui do MilkPoint Mercado. Esses preços mais firmes, tanto da indústria quanto do varejo, mostram que o consumidor está conseguindo absorver a oferta do mercado para o produto aos atuais níveis de preços.

Ao avaliar essas movimentações, pode-se observar alguns indicativos positivos: no caso do Leite UHT, o varejo vem cedendo nos preços, enquanto as indústrias mantêm seus valores de venda, o que pode sustentar um maior volume de consumo para a categoria. Para a muçarela, mesmo com preços um pouco mais elevados neste momento do que no início do ano, o consumidor tem demonstrado um apetite maior pelo produto, o que faz com que não sejam necessários novos recuos. Somado a isso, com um momento positivo em termos de emprego e renda da população brasileira, dá para se imaginar um cenário favorável para o ritmo de consumo de lácteos nesta reta final de ano. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.