22/Aug/2024
O preço do leite captado em junho subiu pelo oitavo mês consecutivo. Mas, a alta frente a maio foi de apenas 1,3%, em termos reais, de modo que a “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul) ficou em R$ 2,7524 por litro, 3,25% maior que a registrada em junho do ano passado. Desde janeiro, o valor do leite pago ao produtor acumula avanço real de 32,1%. Apesar disso, a média real do primeiro semestre, de R$ 2,46 por litro, ainda está 14,3% inferior à do mesmo período de 2023 (valores deflacionados pelo IPCA de junho). A perda no ritmo de valorização em junho se explica, sobretudo, pelo aumento da oferta nacional.
O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 4,14% em junho, puxado pelo crescimento médio de 7,2% nos Estados da Região Sul e de cerca de 2% nos demais Estados considerados na “Média Brasil”. A produção da matéria-prima deve seguir estimulada nos próximos meses, o que pode pressionar as cotações do leite cru no terceiro trimestre. Mesmo com o atraso da safra na Região Sul e com a seca nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, a produção de leite vem se recuperando, devido aos investimentos dos produtores na nutrição do rebanho. Ainda que os custos de produção tenham aumentado em julho, a margem bruta do produtor se manteve em alta na “Média Brasil”.
Além do avanço na produção interna, as importações continuam elevando a disponibilidade de lácteos no mercado nacional. Em junho, houve aumento de 37,4% nas importações de lácteos, totalizando 251,1 milhões de litros em equivalente leite, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Essa quantidade supera em 35,3% a internalizada no mesmo período do ano passado. Ademais, as indústrias de laticínios seguiram com dificuldade em garantir margem nas vendas dos lácteos. O leite UHT, a muçarela e o leite em pó fracionado se desvalorizaram 5,68%, 2,03% e 0,25%, respectivamente, em julho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.