22/Aug/2024
Segundo a DSM-Firmenich, o ano de 2024 deve marcar a recuperação da rentabilidade dos confinadores de bovinos de corte após dois anos de dificuldades. A tendência é de uma melhoria contínua nas margens, com expectativa de retorno entre 10% e 15% em um ciclo de três a quatro meses. O acompanhamento de viabilidade do confinamento realizado pela DSM-Firmenich mostra que as margens de rentabilidade, negativas até julho, começaram a se recuperar nas últimas semanas e podem atingir 15,3% entre outubro e novembro. O levantamento é baseado nos preços de mercado sistematizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP e nos custos de produção monitorados pela DSM-Firmenich. A previsão é de um retorno da rentabilidade aos níveis históricos. O cenário mais positivo para o confinamento é impulsionado principalmente pela queda dos preços dos insumos para a alimentação dos bovinos, especialmente do milho.
A redução do preço do milho foi significativa em comparação com o pico de dois anos atrás. O Indicador do milho Cepea está cotado a R$ 59,69 por saca de 60 Kg, contra R$ 82,16 por saca de 60 Kg há dois anos. Essa redução nos custos é acompanhada por uma perspectiva positiva para a cotação do boi gordo. O valor à vista do Indicador do boi gordo Cepea ficou em R$ 234,75 por arroba no dia 20 de agosto, enquanto as negociações na B3 indicam uma tendência de alta nos preços. O contrato com vencimento em outubro foi negociado a R$ 241,85 por arroba no dia 20 de agosto. O valor é de R$ 243,95 por arroba para o contrato de novembro e de R$ 246,95 por arroba para o de dezembro. Esses valores atuais do mercado futuro estão entre 10,5% e 13,5% acima do verificado em igual período do ano passado para os mesmos vencimentos. E podem subir mais. Há uma valorização projetada de 5% a 10% no mercado futuro.
Além disso, a alta do boi gordo em 2024 deve marcar o início de uma virada no ciclo pecuário, com a redução da oferta de animais, com a expectativa de aumento contínuo dos preços. A crença é forte de que a os preços do boi gordo estão deprimidos e que haverá uma escalada nos próximos dois anos. Essa mudança de perspectiva contrasta com os últimos anos, quando os elevados custos de insumos e a queda no valor da arroba prejudicaram a rentabilidade dos produtores. O confinamento enfrentou um período extremamente difícil nos últimos dois anos, caracterizado por margens negativas acentuadas. Foram os confinamentos mais desafiadores da história, com predominância de resultados negativos. Em termos de localização, o confinamento cresce nas fronteiras agrícolas, como Mato Grosso, Rondônia e Tocantins, onde a agricultura avança sobre pastagens e impulsiona a intensificação da produção pecuária.
O confinamento cresce onde a agricultura avança, pois o pecuarista não quer reduzir o número de bovinos. Ele então intensifica a produção, já que perdeu parte da pastagem. Por outro lado, estados como Mato Grosso do Sul e Paraná enfrentam expectativas mais modestas, principalmente devido ao preço dos insumos e ao diferencial de base da arroba. Esses produtores competem, no momento de comprar o milho, com a exportação, pois o produto está próximo ao porto. Mas, ainda assim, o confinamento deve ser rentável nessas regiões. Há uma tendência crescente para a terminação intensiva a pasto (TIP), uma forma de engorda que combina pastagem e ração. Embora a disponibilidade de dados específicos ainda seja limitada, essa prática está em ascensão. A engorda com bovino a pasto ainda é pouco dimensionada, mas veio para ficar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.