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19/Aug/2024

Suíno: França busca sustentabilidade da produção

Em um contexto de desafios para o setor suíno, a França está promovendo uma nova estratégia para manter e fortalecer seu modelo de criação de suínos em pequena escala, que se destaca por ser único na Europa e no mundo. A Inaporc, organização que representa o setor, apresentou o plano “Demain le Porc”, visando assegurar a produção nacional e enfrentar as dificuldades impostas pelo aumento das importações e pelas mudanças no consumo de carne suína. Na França, as granjas de suínos operam com uma média de 214 fêmeas, um número significativamente menor comparado a países como Dinamarca, Holanda, Estados Unidos e China, que possuem granjas de dimensões muito maiores. As fazendas francesas, que cobrem em média 102 hectares, praticam uma economia circular, utilizando dejetos suínos como fertilizantes e mantendo um forte vínculo com a economia local.

Além disso, a indústria francesa de carnes cozidas é composta por mais de 300 pequenas e médias empresas que oferecem uma ampla gama de produtos. Apesar de um aumento modesto de 1,6% no consumo de carne suína nos primeiros meses de 2024, a França enfrenta um desafio crescente em manter sua taxa de autossuficiência. No início do ano, a produção nacional de carne suína caiu abaixo de 100% pela primeira vez, forçando o país a importar mais para suprir a demanda. Esse cenário está deteriorando a balança comercial, com um aumento nas importações superando as exportações. A nova estratégia “Demain le Porc” tem como objetivo reverter essa tendência e assegurar a sustentabilidade do setor. A Inaporc propõe garantir que 50% dos produtos de carne suína vendidos na França exibam o logotipo ‘Le Porc Français’, facilitando a identificação dos produtos nacionais pelos consumidores. Além disso, o plano prevê a transição de propriedades de suínos para novos proprietários quando os atuais produtores se aposentarem, além de fomentar o apoio governamental a jovens agricultores.

O plano também inclui compromissos significativos para melhorar o bem-estar animal e reduzir o impacto ambiental. Até 2035, a meta é que 50% das fêmeas sejam mantidas em instalações ao ar livre e que todas as novas construções para suínos atendam a esses padrões. A Inaporc se compromete a reduzir as emissões de gases de efeito estufa das explorações suínas em 25% até 2035 e a usar ração proveniente de fontes locais ou de soja com desmatamento zero. Além disso, a estratégia inclui a implementação de auditorias para reforçar a biossegurança, especialmente em relação à peste suína africana (PSA), que tem afetado países vizinhos. Com esses esforços, a França busca não apenas sustentar seu modelo de criação de suínos, mas também fortalecer sua posição no mercado global de carne suína e garantir um futuro estável para o setor. Fonte: Pig Progress. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.