19/Aug/2024
As operações de frango foram destaque dos resultados financeiros de JBS e Marfrig, gigantes globais do setor de proteína animal, no segundo trimestre. Com custos de produção reduzidos e demanda aquecida, Seara e BRF lideraram resultados vistos como positivos para as companhias. E o desempenho semelhante pode indicar um acirramento da disputa por mercados pelas companhias. As margens Ebitda de BRF e Seara foram as maiores entre todas as operações de Marfrig e JBS, respectivamente. A margem da BRF foi de 17,6%, contra 9,7% da Marfrig. A Seara apresentou margem de 17,4%, enquanto a da JBS ficou em 9,8%.
Os resultados praticamente semelhantes apontam um cenário mais rentável para as operações de carne de frango e confirmam a recuperação da Seara. Há um ano, a margem Ebitda da Seara havia sido de apenas 3,1%. Nos últimos meses, a JBS implementou ações operacionais na cadeia que melhoraram os indicadores. Os resultados, então, começaram a ser sentidos no primeiro trimestre, quando a margem ficou acima dos 10% e se confirmaram no período de abril a junho, com um resultado semelhante ao da BRF. Na Seara, continua acelerado o processo de melhorias operacionais, agora incorporando melhorias nos processos comerciais.
Além disso, os investimentos realizados ao longo dos últimos anos começam a render bons frutos, como as unidades de empanados de frango e salsicha em Rolândia (PR). A continuidade do crescimento da margem Ebitda da Seara foi acompanhada pela alta anual de 13% da receita líquida, para R$ 11,6 bilhões, fruto de mais volumes vendidos, que aumentaram 7%, e por preços 5% maiores. O Ebitda ajustado avançou 381%, para R$ 2 bilhões. A BRF, com margem Ebitda 0,2% acima da Seara, terminou o segundo trimestre com receita líquida de R$ 14,888 bilhões, o que representa avanço de 22% sobre igual intervalo de 2023 e 42% do que a Marfrig faturou de abril a junho de 2024. O Ebitda foi de R$ 2,621 bilhões, o maior para um segundo trimestre na história da empresa.
De prejuízos em sequência até o terceiro trimestre de 2023, agora alcançou o terceiro resultado consecutivo com lucro líquido. Assim, o resultado positivo em R$ 1,1 bilhão deixou para trás o prejuízo de R$ 694 milhões do igual período de 2023. A companhia incrementou as vendas no período em 5,4%, para um total de 1,24 milhão de toneladas. O crescimento das vendas no mercado externo foi visto como essenciais para o desempenho. A receita internacional cresceu 17%, reflexo das 32 habilitações obtidas no trimestre e de preços mais altos. No País, o destaque foram os produtos processados. O desempenho de BRF e Seara também contribuiu para minimizar as dificuldades enfrentadas pelas operações de carne bovina de Marfrig e JBS nos Estados Unidos, respectivamente.
A margem Ebitda da Operação América do Norte da Marfrig foi de apenas 2,9%, queda anual de 2,3%. A margem da JBS North America caiu 1%, para 0,5%. A perspectiva é de continuidade do momento positivo para BRF e Seara, com menores custos dos grãos e continuidade da oferta controlada. O crescimento global da produção de grãos oferece cenário favorável, afirmou a BRF. O Citi, em relatório, avaliou que a Seara deve continuar se beneficiando de menores custos de ração e dinâmica equilibrada de oferta/demanda. A genética é um fator que contribui para um fornecimento controlado de aves. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.