16/Aug/2024
A Marfrig Global Foods encerrou o segundo trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 75,4 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 784 milhões de igual período de 2023. O Ebitda subiu 64,8% ante o segundo trimestre de 2023, de R$ 2,050 bilhões para R$ 3,378 bilhões. A margem Ebitda ficou em 9,7%, 2,85% acima de um ano antes. A receita líquida aumentou 16,5%, de R$ 29,853 bilhões para R$ 34,771 bilhões de abril a junho deste ano. A proteína bovina, foco das operações da Marfrig na América do Sul e na América do Norte, representou 57% da receita líquida total da empresa no trimestre. A BRF representou 43% das vendas. A empresa encerrou mais um trimestre com forte evolução operacional e em uma situação financeira confortável. De acordo com a empresa, a dívida líquida fechou o segundo trimestre de 2024 em R$ 39,416 bilhões, queda de 0,9% ante igual período de 2023.
A alavancagem em Reais, medida pela relação entre dívida líquida e o Ebitda ajustado, passou de 4,05 vezes ao fim de junho de 2023 para 3,38 vezes no término do segundo trimestre deste ano. O fluxo de caixa operacional atingiu R$ 2,603 bilhões. Os investimentos consolidados no segundo trimestre foram de R$ 1,017 bilhão. A operação América do Norte, capitaneada pela National Beef, registrou receita líquida de US$ 3,099 bilhões, alta de 5,5% em relação a igual período de 2023. O Ebitda ficou em US$ 90 milhões, queda de 41,3%. A margem Ebitda da operação foi de 2,9%, contra 5,2% um ano antes. O volume total comercializado pela unidade foi de 495 mil toneladas, alta de 2,5%. Do total, 429 mil toneladas foram destinadas ao mercado interno e outras 66 mil toneladas ao mercado externo. O trimestre foi marcado pela manutenção da demanda por carne bovina nos Estados Unidos. Com essas condições de mercado, aliadas à gestão da operação, a empresa voltou a performar acima de seus pares.
Na operação América do Sul, a receita líquida aumentou 17,3%, para R$ 3,666 bilhões no segundo trimestre de 2024. O Ebitda alcançou R$ 334 milhões, alta de 1,6%, enquanto a margem Ebitda ficou em 9,1%. O volume de vendas foi de 190 mil toneladas, 30,9% maior na comparação anual. Foram 80 mil toneladas exportadas e 110 mil toneladas destinadas ao mercado interno. Graças à eficácia do sistema de precificação, foi possível exportar mais para mercados que oferecem os melhores preços e condições. A partir do primeiro trimestre de 2024, a administração da Marfrig passou a apresentar exclusivamente os resultados das operações continuadas na América do Sul (complexos industriais e unidades no Brasil, no Uruguai e na Argentina). A companhia destacou que o resultado da BRF, com receita líquida de R$ 14,888 bilhões, Ebitda de R$ 2,621 bilhões e margem Ebitda de 17,6%, foi um dos impulsionadores do seu desempenho no segundo trimestre de 2024.
A operação da companhia no mercado interno do continente foi um dos destaques do resultado financeiro do segundo trimestre de 2024. A receita da atividade interna na região cresceu 36,3% na comparação com igual período de 2023, para R$ 1,703 bilhão. Foram destacados os efeitos da política macroeconômica no desempenho da empresa, mencionando fatores como a queda do desemprego e a inflação em níveis baixos. Além dos bons preços que o mercado interno está entregando, parte disso é reflexo da macroeconomia. Os produtos industrializados representam 25% da receita da empresa na América do Sul, com 70% destinados aos mercados domésticos da Argentina e do Brasil. A grande vantagem é a diversificação, o trabalho em todos os mercados, inclusive o mercado interno. Destaque também para as novas habilitações, como México e a Indonésia, que surpreenderam com grande demanda e bons preços neste trimestre. A cada negociação, trabalha-se a melhor oportunidade.
A operação de venda de ativos para a Minerva segue dentro das expectativas da companhia e deve ser concluída até o fim deste ano. Na semana passada, o superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a aprovação da negociação. A liberação por parte da superintendência geral, eliminando a discussão sobre a parte técnica, entregando para o tribunal essa última etapa, leva à previsão de conclusão dessa operação no quarto trimestre. A operação, anunciada em agosto de 2023, envolve 16 ativos pelo valor de R$ 7,5 bilhões. São 11 plantas de bovinos no Brasil, 1 unidade industrial na Argentina e outras 3 no Uruguai, além de uma planta de cordeiros no Chile e um centro de distribuição no Brasil. Na quarta-feira (14/08), o Cade prorrogou por 90 dias o prazo previsto para o tribunal julgar o processo de venda de ativos da Marfrig para a Minerva. Os 90 dias adicionais ao prazo inicial de 240 dias para análise do ato de concentração foram requeridos pelo relator do processo no tribunal.
O conselho de administração da Marfrig aprovou na quarta-feira (14/08) o cancelamento de 26.000.000 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do valor do capital social da companhia. Em função do cancelamento, o capital social da Marfrig passou a ser dividido em 906.000.000 ações ordinárias, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal. Adicionalmente, o colegiado aprovou um novo plano de recompra. Considerando o número de ações em circulação e a exclusão das ações atualmente em tesouraria, a companhia poderia adquirir até 25.181.865 ações, correspondentes a 2,78% do total de ações de emissão e 8,19% das ações em circulação. Desse total disponível, a administração propõe que o plano de recompra contemple a quantia de 25.000.000 de ações, o que representa 8,13% das ações em circulação. O prazo máximo para aquisição é de 18 meses, encerrando-se, portanto, em 14 de fevereiro de 2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.