15/Aug/2024
A JBS encerrou o segundo trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 1,715 bilhão e reverteu o prejuízo de R$ 264 milhões de igual período de 2023. A receita líquida foi de R$ 100,606 bilhões, alta de 12,5% em relação ao segundo trimestre de 2023, quando havia sido de R$ 89,383 bilhões. O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 121,1%, de R$ 4,470 bilhões para R$ 9,882 bilhões. A margem Ebitda passou de 5% para 9,8%. A dívida líquida da companhia fechou o segundo trimestre em R$ 82,046 bilhões, 2,2% mais do que havia sido reportado em igual trimestre de 2023, de R$ 80,250 bilhões. Em dólares, a dívida líquida caiu 11,4% em igual período, de US$ 16,652 bilhões para US$ 14,759 bilhões. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 3,06 vezes em reais e em 2,77 vezes em dólares, contra 3,87 vezes e 4,15 vezes, respectivamente, um ano antes. O resultado financeiro líquido da empresa ficou negativo em R$ 3,128 bilhões, contra um resultado também negativo de R$ 1,668 bilhão no segundo trimestre de 2023.
Por unidade de negócio, o Ebitda ajustado da Seara subiu 381%, seguido por USA Pork, com alta de 224,4%, Pilgrim's Pride, com incremento de 119,7%, JBS Brasil, que cresceu 74,7%, e JBS Austrália, com expansão de 65,8%. O Ebitda ajustado da JBS Beef North America recuou 65,1%. No segundo trimestre do ano, a Seara teve receita líquida de R$ 11,595 bilhões, 12,5% superior à de igual período do ano anterior. A companhia atribui o resultado aos maiores volumes vendidos (+7% na comparação anual) e aos preços (+5%). O aumento da margem Ebitda é consequência das diversas ações operacionais implementadas ao longo de toda a cadeia, que resultaram em melhores indicadores operacionais aliados a menores custos dos grãos e ampliação do portfólio de valor agregado. As vendas no mercado doméstico, que responderam por metade da receita da unidade no trimestre, totalizaram R$ 5,6 bilhões, 11% superior a igual período de 2023, resultado principalmente do aumento dos volumes vendidos em 12% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
No mercado externo, a receita líquida em dólares atingiu US$ 1 bilhão, aumento de 4%, impulsionada pelo crescimento de 7% nos preços médios em dólar, já que os volumes foram 3% inferiores na comparação anual. No mercado externo, a receita líquida em dólares atingiu US$ 1,1 bilhão, aumento de 8%, impulsionado pelo crescimento de 4% tanto nos preços médios em dólar quanto nos volumes vendidos na comparação anual. A JBS Brasil apresentou receita de R$ 15,547 bilhões, alta de 11,2% ante o segundo trimestre de 2023. No mercado doméstico, a receita líquida na categoria de carne bovina in natura cresceu 12%, como consequência do maior volume vendido no período. No mercado externo, a receita líquida de carne bovina in natura cresceu 4%, como resultado do crescimento de 12% do volume comercializado. Na América do Norte, a receita líquida no período foi de R$ 31,263 bilhões, 8,7% a mais em relação ao segundo trimestre de 2023, com um Ebitda ajustado de R$ 151,3 milhões e margem de 0,5%. A JBS enfatizou a importância da atuação global da companhia para garantir a receita de R$ 100,606 bilhões no segundo trimestre de 2024.
O resultado foi alcançado mesmo em meio aos desafios no mercado dos Estados Unidos, pois 30% do negócio está na América do Norte, e esse negócio está em breakeven (quando custo e receita são iguais). Ainda assim, foi possível entregar 9,8% de margem Ebitda. Isso demonstra a vantagem da plataforma. Além da receita recorde, a JBS teve Ebitda ajustado de R$ 9,882 bilhões, aumento de 121,1% em relação a igual período de 2023, e reverteu o prejuízo do segundo trimestre do ano passado para lucrar R$ 1,715 bilhão, apesar do cenário adverso para a operação de carne bovina nos Estados Unidos, a JBS Beef North America, que teve margem Ebitda de apenas 0,5% no período. O equilíbrio entre oferta e demanda e o preço dos grãos foram fatores importantes, assim como a melhoria operacional. A companhia também aponta a melhoria do desempenho da Seara como outro fator-chave para o resultado financeiro. A margem Ebitda de 17,4% foi a maior entre todas as operações. O resultado reflete o aprimoramento da operação e da atuação comercial, voltada para a gestão de preços, serviços ao cliente e fortalecimento dos elos.
A Seara está crescendo em margem e volume, e isso é fruto de uma gestão de precificação eficiente e um mix de qualidade. O mercado de frango também vive um momento positivo, impulsionado por alguns fatores: equilíbrio entre oferta e demanda, migração do consumo para cortes mais econômicos e menor produção. Não à toa, a Pilgrim's Pride teve a segunda maior margem Ebitda da JBS no segundo trimestre, de 17,2%. A queda na alavancagem e a geração de caixa livre de R$ 5,5 bilhões no segundo trimestre de 2024 reforçam a possibilidade de a JBS realizar aquisições. A empresa está em busca de "oportunidades estratégicas". Com a geração de caixa forte e a alavancagem reduzida, a JBS continuará investindo no crescimento, tanto organicamente quanto através de aquisições. A empresa investe em crescimento orgânico, em aquisições, em dividendos e em recompra de ações e continuará nessa linha, buscando oportunidades estratégicas e equilibrando investimentos e retornos para os acionistas.
A empresa está o tempo todo olhando para oportunidades que se alinhem com seus objetivos estratégicos. Ao fim do segundo trimestre, a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 3,06 vezes em reais e em 2,77 vezes em dólares, contra 3,87 vezes e 4,15 vezes, respectivamente. A queda para 2,77 vezes era esperada apenas para o fim do ano, mas chegou a isso já no meio do ano. A JBS nos Estados Unidos indicou que futuras expansões da companhia devem priorizar regiões em que a empresa já tenha operações para crescer. A empresa permanece ativa no mercado, buscando oportunidades que ofereçam sinergia estratégica e agreguem valor. É preciso ser estratégico e entregar valor, além de ter um preço adequada. A JBS vai buscar manter o equilíbrio entre remuneração ao acionista e expansão. O conselho de administração da JBS aprovou a distribuição de R$ 4.436.232.740,00 em dividendos intermediários, a R$ 2,00 por ação. O pagamento será em 7 de outubro e terão como base acionária o dia 19 de agosto próximo.
A XP Investimentos avalia que a JBS registrou um "trimestre memorável" entre abril e junho, com destaque para as operações de aves e suínos, impulsionados por custos de ração rentáveis e forte mercado interno, tanto no mercado doméstico quanto no de exportação. O Ebitda ajustado foi forte em R$ 9,9 bilhões, 15% acima da expectativa da XP. O Fluxo de caixa livre para a empresa (FCF) alcançou R$ 5,5 bilhões, superando a expectativa de R$ 2,4 bilhões da XP, impulsionada principalmente por menores despesas com juros e ativos biológicos do que o previsto. Este cenário resultou em uma alavancagem da companhia de 3,0 vezes, com as ações da empresa saltando 9% no último mês, antecipando resultados positivos. A visão é positiva sobre a tese de investimento, esperando que a tendência de bons resultados continue por mais tempo, com os resultados do segundo trimestre possivelmente impulsionando novas revisões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.