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13/Aug/2024

Eventos sanitários serão cada vez mais frequentes

O governo brasileiro observa uma maior recorrência de eventos sanitários relacionados à saúde animal. No último mês, após 18 anos sem focos, o Brasil confirmou um caso de doença de Newcastle em um aviário comercial. No ano passado, o País registrou seus primeiros casos de gripe aviária de alta patogenicidade em aves silvestres e de subsistência. Também em 2023, um caso atípico do “mal da vaca louca” foi reportado no País. Esses eventos sanitários mais frequentes tendem a estar vinculados em parte ao crescimento populacional global e ao aumento dos rebanhos, avalia o Ministério da Agricultura. A probabilidade de ocorrer é maior porque são 8 bilhões de pessoas no mundo. Quanto maior a população demandando alimentos, maior a produção animal e menor a distância física, o que reflete no maior surgimento de doenças. As motivações para maior recorrência são inconclusivas até o momento. Há uma série de causas prováveis a ser acompanhada pelas autoridades sanitárias de cada país.

São casos isolados no Brasil, mas que seguem uma tendência global, observada também nos demais países players na produção animal. Com a evolução humana e com as mudanças climáticas, há potenciais novas cepas pandêmicas em circulação e novos agentes podem desafiar a produção pecuária. O caso recente de Newcastle, já encerrado, não se enquadra nessa perspectiva, já que era um patógeno em circulação há tempo no ambiente. Tanto para agentes já conhecidos quanto para emergentes a segurança para o sistema de produção comercial passa pelo fortalecimento da biosseguridade para evitar a introdução nos plantéis. Esses eventos não "mancham" a reputação do Brasil em sanidade, mas sim prevalece aos países importadores a rapidez na identificação e a transparência do governo brasileiro. Esses eventos reforçam a capacidade de defesa do Brasil, porque o sistema de defesa não é aquele que somente impede a ocorrência, mas também envolve os eixos de controle e erradicação.

O grande esforço é em vigilância e prevenção, mas não existe imunidade perfeita tanto no sistema de produção vegetal quanto no sistema de produção animal. E o Brasil vem provando a capacidade de identificar rapidamente, controlar, erradicar e eliminar o problema. É isso que traz a excelência ao sistema de defesa agropecuário brasileiro. No caso de Newcastle, por exemplo, o laudo foi emitido pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), referência para a doença desde 1995, em apenas 24 horas. Em oito dias após a confirmação, o Brasil já havia encerrado o foco. É essa capacidade que dá ao Brasil o status de uma das melhores sanidades agropecuárias do mundo. Uma das possibilidades rotineiramente cogitadas na iminência de zoonoses ou doenças de saúde animal é a vacinação dos rebanhos contra a doença.

O Brasil não adota imunização em massa no plantel aviário comercial, por exemplo, e já retirou a vacinação contra febre aftosa no rebanho bovino. Apesar do impacto das doenças na produção, a vacinação implicaria na convivência da população humana com os agentes infecciosos controlados. Além disso, a maior parte dos países importadores restringe a entrada de carnes de animais vacinados, como nos casos de Newcastle e Influenza Aviária. Para a Newcastle, por exemplo, o Brasil imuniza apenas as matrizes e aves voltadas à produção genética. O País considera que a vacinação não seja aplicada no plantel comercial justamente para não mascarar essas condições de eventual entrada de um agente, o que poderia ser minimizado por essa proteção imunológica. São as medidas de biosseguridade que garantem efetivamente que não haja a introdução do risco no plantel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.