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09/Aug/2024

Boi: Minerva divulga resultado do 2º trimestre/2024

A Minerva Foods registrou lucro líquido de R$ 95,4 milhões no segundo trimestre de 2024, queda de 21% em relação aos R$ 120,7 milhões contabilizados em igual período de 2023. Porém, reverteu o prejuízo de R$ 186,2 milhões do primeiro trimestre. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 744,6 milhões no trimestre encerrado em junho, 4,7% acima dos R$ 711,2 milhões apurados no segundo trimestre do ano passado e 18,4% mais do que no trimestre anterior. A margem Ebitda ficou em 9,7%, ante 9,8% no segundo trimestre de 2023 e 8,8% no primeiro trimestre deste ano. A receita líquida no período de abril a junho somou R$ 7,666 bilhões, alta de 5,4% em comparação ao período correspondente de 2023 (R$ 7,276 bilhões) e 6,7% maior do que no primeiro trimestre. A receita bruta da companhia somou R$ 8,162 bilhões no segundo trimestre, alta de 5,2% na comparação anual e de 6,1% ante o primeiro trimestre de 2024.

A receita bruta com o mercado externo atingiu R$ 5,01 bilhões, redução de 1,9% ante igual intervalo de 2023, mas avanço de 11,9% sobre o primeiro trimestre de 2024. Os níveis de exportações seguem expressivos, demonstrando a resiliência da demanda global por proteína bovina, o que naturalmente representa uma excelente perspectiva para a companhia. Nesse 2º trimestre de 2024, os Estados Unidos representaram expressivos 13% da receita bruta. Destaque também para resiliência da demanda dos mercados emergentes, em particular Ásia e Oriente Médio, que seguem como destinos relevantes das nossas exportações, representando respectivamente 21% e 8% da receita bruta do trimestre. Com o mercado interno, a receita bruta alcançou R$ 3,152 bilhões, 18,9% maior do que há um ano, mas 1,9% menor do que no primeiro trimestre. Essa performance positiva reflete o trabalho de fortalecimento das marcas e da maximização da capilaridade comercial, o que aproxima ainda mais a Minerva Foods e seus produtos do consumidor final.

A Minerva contabilizou 362,7 mil toneladas de carne vendidas no segundo trimestre, 15,5% acima do igual período do ano passado e 4,8% mais do que no primeiro trimestre. O abate total, de 1,099 milhão de bovinos, cresceu 7,7% na comparação anual e 6,7% ante o primeiro trimestre. A dívida líquida da Minerva cresceu 24,4% na comparação ano a ano, para R$ 9,574 bilhões ao fim do segundo trimestre de 2024. O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 2,98 vezes, superior a um ano antes, quando o índice era de 2,7 vezes. O Citi manteve a classificação de compra para ações da Minerva Foods, após divulgação dos resultados do 2º trimestre de 2024. Entre os principais pontos positivos, o banco citou a melhor margem bruta, por causa dos preços mais baixos do gado, impulsionado por um ciclo favorável no Brasil. As exportações do Uruguai foram impulsionadas pela maior demanda dos Estados Unidos (que foi o principal destino no trimestre).

A Argentina, embora ainda sob impacto de um ambiente macroeconômico fraco, registrou aumento de 20% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado, com um mercado de exportação resiliente. A Minerva relatou geração de fluxo de caixa livre (FCF) de R$ 404 milhões, uma melhora em relação ao trimestre anterior. No entanto, o capital de giro chamou atenção, pois houve um impacto negativo de R$ 700 milhões, principalmente com o Real depreciado sobre contas a receber. O resultado financeiro caixa veio positivo em R$ 564 milhões. A alavancagem permaneceu praticamente estável em 3,0x dívida líquida/EBITDA ante 2,8x no primeiro trimestre. No lado negativo, os custos operacionais (SG&A) ficaram acima da estimativa do Citi, por causa das despesas com integração da Uruguaiana Breeders and Packers Uruguay (BPU). As principais questões para a administração estão relacionadas à disponibilidade de gado do Brasil em 2024/2025 e às perspectivas da China.

A Minerva trabalha com a perspectiva de continuidade do atual estágio do ciclo pecuário no Brasil, com elevada oferta de animais terminados, fator favorável para a companhia. A extensão da atual fase do ciclo pecuário no Brasil é positiva. No segundo trimestre, a companhia ampliou em 7,7% os abates na comparação com igual período de 2023, para 1,099 milhão de bovinos. Destaque para resiliência e as inovações estruturais da pecuária, que permitem a continuidade de uma oferta robusta de bovinos. A visão para o Brasil é parecida para outros países da América do Sul com operações da companhia. A visão é muito positiva do ciclo no Paraguai e no Brasil. O ciclo continuará positivo em 2025.

A melhoria na fertilidade das fêmeas tem alterado significativamente os pontos mínimos e máximos dos ciclos pecuários. A quantidade de bois prontos para abate, mesmo na parte mais desfavorável do ciclo, hoje é cerca de 3 milhões a 4 milhões de cabeças maior do que era em 2021, que foi o fundo do último ciclo negativo. Sobre os preços da carne, foi ressaltada a força do mercado interno. Os resultados do mercado interno são melhores do que o esperado para este ano. A receita bruta da companhia no mercado interno subiu 18,9% no segundo trimestre, para R$ 8,162 bilhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.