01/Aug/2024
A renda do brasileiro tem crescido e, com isso, também as perspectivas de aumento do consumo de carne bovina. Segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), neste ano, o consumo da carne bovina no Brasil pode superar em 4% o do ano passado, puxado pelo aumento da renda real e pela elevação da oferta doméstica. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram aumento de 2,5% da renda real do trabalhador brasileiro no trimestre março-abril-maio comparado ao último de 2023.
A elevação de 1% da renda tem potencial de aumentar por volta de 0,7% o consumo de carne bovina de primeira, ao passo que poderia reduzir em quase 1% as compras de carnes de segunda. Outro estímulo ao consumo neste ano tem sido a redução dos preços dos cortes devido ao aumento da oferta doméstica de bovinos e, consequentemente, dos cortes. No País, a disponibilidade foi recorde no primeiro semestre. O volume de carne bovina disponível aos brasileiros esteve ao redor de 3,58 milhões de toneladas, o que representou 14,4% a mais que há um ano.
Esse aumento considerável se dá mesmo com as exportações batendo recordes. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no primeiro semestre, foram enviadas 1,14 milhão de toneladas de carne bovina in natura ao exterior, 29% a mais que no mesmo período do ano passado. Na parcial de julho (até o dia 26), os embarques diários estão em 10,781 mil toneladas, totalizando 215,61 mil toneladas, recorde mesmo faltando dias para o fim do mês e em se tratando de carne bovina in natura. O volume pode ultrapassar as 240 mil toneladas.
No curtíssimo prazo, alguma expectativa de aumento de consumo até tem sido alimentada por agentes ligados à indústria, em função da proximidade do Dia dos Pais (11/08), mas, até o momento, não há mudanças importantes no segmento varejista. Em São Paulo, no atacado, a carcaça casada de boi se valorizou 0,5% em julho, para R$ 15,96 por Kg, puxada pelo ajuste de 1% nas cotações do traseiro. O preço da carcaça casada de vaca, por sua vez, subiu 1,4%, para R$ 14,64 por Kg. O traseiro é negociado, em média, a R$ 18,29 por Kg; o dianteiro, a R$ 13,82 por Kg; e a ponta da agulha, a R$ 13,79 por Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.