01/Aug/2024
No Brasil, é obrigatória a vacinação de todas as fêmeas bovinas e bubalinas, entre três e oito meses de idade contra a brucelose, doença contagiosa que ataca diversos animais, especialmente os bovinos e bubalinos. Isso porque a presença desta enfermidade leva à quebra na produção animal e torna o produto da pecuária vulnerável a barreiras sanitárias, diminuindo sua competitividade no comércio internacional. Os principais sintomas da brucelose bovina são: abortos no terço final da gestação; natimortos ou nascimento de crias fracas; aumento no intervalo entre partos; dificuldade para emprenhar; retenção de placenta; inflamação dos testículos e baixa qualidade do sêmen; diminuição da produção de leite e carne. Além dos problemas reprodutivos, os prejuízos decorrentes da ocorrência de brucelose no rebanho estão relacionados a diminuição da produção de leite e carne, que varia entre 10 e 25%, ao descarte de animais positivos e a desvalorização da atividade e dos alimentos produzidos nessa propriedade.
No entanto, a escassez de imunizantes no mercado interno tem preocupado os produtores. Em junho, uma reunião realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que contou com a presença de representantes de produtores e da indústria de saúde animal, discutiu ações para ampliar o fornecimento das doses. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), em 2023 duas situações impactaram a oferta das vacinas: o fechamento de uma indústria e a interrupção parcial da linha de vacinas de uma outra indústria, que reestabeleceu a produção agora no segundo semestre de 2024. Apesar de faltar vacina não houve impacto no mercado em 2023 porque havia estoque e doses disponíveis nas revendas. À medida que as demais indústrias não conseguiram repor a oferta na demanda necessária, a vacina começou a se tornar escassa no final de 2023. Foi discutido com o Ministério da Agricultura a ampliação do prazo da vacinação para pelo menos até o final de julho quando as indústrias estariam fornecendo quantidade maior da vacina.
Até o dia 26 de julho, as indústrias haviam disponibilizado mais de 14,4 milhões de doses no mercado interno, frente à demanda estipulada de 14,6 milhões de doses. Até agora, 98,3% da demanda foi atendida. A oferta está começando a se reestabelecer. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo determinou prorrogação do prazo para a vacinação de bovinas e bubalinas contra a brucelose até 31 de agosto. Desde maio, mês em que seria o de conclusão da primeira etapa do calendário nacional para a vacinação, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) vem recebendo mensagens de produtores com dificuldade de encontrar a vacina. A campanha já havia sido prorrogada para 30 de junho. No entanto, a persistência do problema, em função de alguns laboratórios estarem retomando a produção do imunizante, levou à necessidade de mais uma prorrogação. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.