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31/Jul/2024

Leite: queda do ritmo de alta com elevação da oferta

O preço do leite captado em junho subiu pelo oitavo mês consecutivo, mas em menor intensidade. A alta frente a maio limitou-se a 1,3%, em termos reais, de modo que a “Média Brasil” (Bahia. Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) foi de R$ 2,7524 por litro, 3,25% maior que a de junho/2023. Desde janeiro, o valor do leite pago ao produtor acumula avanço real de 32,1%. Porém, a média do primeiro semestre, de R$ 2,46 por litro, fica 14,3% abaixo da de igual intervalo do ano passado (valores deflacionados pelo IPCA de junho). A perda no ritmo de valorização em junho/2024 se explica, sobretudo, pelo aumento acima do esperado da oferta nacional. Mesmo com o atraso da safra na Região Sul e com a seca nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, a produção de leite vem se recuperando devido a investimentos de produtores na nutrição do rebanho, estimulados pelo incremento da margem nos últimos meses.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 4,14% em junho, puxado pela alta média de 7,2% nos Estados da Região Sul e de cerca de 2% nos outros Estados da “Média Brasil”. Além do aumento na produção interna, houve alta de 22% nas importações de lácteos de maio para junho, totalizando cerca de 182 milhões de litros em equivalente leite, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Mesmo que essa quantidade seja quase 14% menor que a internalizada no mesmo período do ano passado, ao considerar o primeiro semestre do ano, as compras externas ainda estão 1,4% maiores. Ademais, a dificuldade das indústrias em garantir margem nas vendas dos lácteos ao longo do primeiro semestre é um fator importante que influencia na queda do ritmo de valorização do leite cru.

Houve altas de 6,6% no preço médio do UHT, de 4,1% para a muçarela e de 2,5% para o leite em pó fracionado (400g) negociados entre indústrias e atacado em São Paulo em junho. Apesar das variações mensais positivas, é importante ressaltar que as elevações se concentraram majoritariamente na primeira quinzena do mês, visto que, a partir da segunda metade do período, houve aumento da pressão dos canais de distribuição sobre as negociações. Ainda que a tendência sazonal sinalize a persistência do movimento de alta do leite ao produtor até agosto, é possível que esse não seja o comportamento dos preços em 2024. Diante da continuidade do contexto de mercado citado, a expectativa é de que o terceiro trimestre seja marcado pelo recuo das cotações do leite cru. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.