30/Jul/2024
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) está pedindo esforços regionais urgentes para combater o aumento de casos de gripe aviária na região da Ásia-Pacífico. O apelo segue uma consulta de especialistas regionais em Bangkok, apoiada pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). As ocorrências recentes são alarmantes. Após um período prolongado de infecção humana mínima, desde o final de 2023 um total de 13 novos casos humanos foram relatados no Camboja, com casos adicionais na China e no Vietnã.
A situação é ainda mais complicada pelo surgimento de uma nova variante da gripe aviária, apresentando novos desafios para cientistas, autoridades de saúde pública, clínicos e comunidades. Globalmente, o vírus da gripe aviária H5N1 altamente patogênico se espalhou mais amplamente geograficamente do que nunca, chegando até a América do Sul e a Antártida. Ele também começou a infectar novos animais selvagens e domésticos, incluindo espécies necrófagas, mamíferos marinhos, animais domésticos carnívoros, mamíferos criados para pele e, recentemente, ruminantes criados em fazendas, como gado leiteiro.
Enquanto a Sub-região do Grande Mekong, a Indonésia e as Filipinas estão enfrentando um desafio maior devido às suas diversidades ecológicas e limitadas medidas de biossegurança, outras regiões também permanecem em risco. Há anos Tailândia e Mianmar não relatam surtos, enquanto Índia, Nepal e Bangladesh vêm atualmente lutando contra surtos de gripe aviária. O recente aumento nos surtos de gripe aviária é profundamente preocupante, segundo o Centro de Emergência da FAO para Doenças Transfronteiriças de Animais (ECTAD). Desde o final de 2023, observa-se um aumento nos casos humanos e a disseminação do vírus para novas espécies animais.
O surgimento de novas cepas A/H5N1, mais facilmente transmissíveis, aumenta a ameaça de pandemia. Medidas preventivas imediatas e coordenadas são essenciais. A FAO enfatiza a urgência de uma resposta unificada. As Nações-membros devem trabalhar juntas para implementar sistemas de vigilância abrangentes, incluindo sequenciamento completo do genoma, para rastrear a disseminação e evolução do novo vírus. Instalar unidades para diagnósticos rápidos e bioinformática é crucial para analisar dados de vírus. O compartilhamento aprimorado de dados intersetoriais é vital para uma abordagem holística ao gerenciamento de doenças. Governos, organizações internacionais e o setor privado devem colaborar e compartilhar informações de forma transparente e oportuna para elaborar estratégias de contenção eficazes.
O fortalecimento de medidas de biossegurança e bioproteção na indústria avícola é imperativo, incluindo estratégias de vacinação e promoção de boas práticas agrícolas. Conscientizar provedores de saúde e o público é essencial para reduzir o risco de transmissão de aves doentes ou mortas para humanos e garantir que pessoas com sintomas recebam tratamento oportuno. Com a dedicação e o apoio da USAID para construir e fortalecer sistemas de saúde e comunidades resilientes, a FAO está trabalhando com 13 nações-membros e parceiros na Ásia e no Pacífico para fortalecer a saúde animal e as capacidades de Saúde Única, visando melhorar a prevenção, a detecção e a resposta a ameaças à saúde na interface humano-animal-ambiental. Fonte: FAO. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.