25/Jul/2024

A confirmação de um foco da doença de Newcastle numa granja de frangos no Vale do Alto Taquari (RS), no final da semana passada, levou ao auto embargo das exportações brasileiras de carne de frango e a especulações sobre impactos no mercado doméstico também das carnes suína e bovina. Em curto prazo, devem ocorrer alguns ajustes de oferta e demanda da proteína avícola, com reflexos pontuais nas carnes suína e bovina, mas, a priori, não devem haver desequilíbrios significativos no mercado doméstico de carnes como um todo. O aspecto que merece mais atenção são as reações de importadores, principalmente chineses e árabes, nas próximas semanas. A ocorrência pode ser tomada como argumento para eventual suspensão das compras que exceda aos 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País.

O foco da doença foi bastante limitado e as providências para debelar o caso e qualquer desdobramento têm sido tomadas com agilidade pelo setor produtivo, com o acompanhamento das autoridades sanitárias. Essa mensagem deve chegar aos importadores que, por sua vez, também podem ter impactos domésticos com o não recebimento da proteína mais acessível às suas populações. No mercado doméstico, no dia 18 de julho, dia seguinte à notícia do foco da doença em um aviário, os preços da carne bovina no atacado de São Paulo se mantiveram estáveis. No dia 19 de julho, quando o governo anuncia a suspenção dos embarques de carne de frango de todo o País, todos os cortes bovinos com osso tiveram leve recuo. Nesta semana, novas quedas estão sendo registradas, mas pequenas.

Em São Paulo, no atacado, o traseiro com osso registra baixa de 0,4% nos últimos sete dias, o dianteiro, que pode ter maior concorrência com o frango, 1,5% e a ponta de agulha, 1,3%. No conjunto, a carcaça casada de boi tem desvalorização de 0,8% nos últimos sete dias. Frente aos valores de um mês atrás, a carcaça casada tem ganho de 2,2%. É preciso considerar também o período do mês. Tipicamente os preços perdem sustentação na segunda quinzena. Em contexto, pelo menos por enquanto, não se nota impacto significativo da ocorrência no setor de frango no mercado bovino que, ao longo de julho, tem se recuperado lentamente das sucessivas quedas ocorridas ao longo do primeiro semestre. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.