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25/Jul/2024

Frango: algumas regiões do RS podem exportar

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mesmo com a suspensão das exportações de carnes de aves e derivados por 21 dias, em medida divulgada nesta semana pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, cidades como Passo Fundo, Marau e Tapejara, na região norte do Rio Grande do Sul, poderão seguir exportando para destinos alternativos, como o Canadá, Japão e Coreia do Sul. O Brasil suspendeu as exportações de carnes de aves e derivados para 44 países após a doença de Newcastle ter sido detectada em uma ave na cidade de Anta Gorda, a cerca de 137 Km de Passo Fundo. A enfermidade é altamente contagiosa em aves domésticas e silvestres, provocando sintomas respiratórios e manifestações nervosas, como diarreia e edemas na cabeça. Especialistas alertam que essa não é uma doença nova e que raramente atinge seres humanos, tendo seu foco principal nas aves silvestres. Doze amostras foram realizadas na propriedade de Anta Gorda e apenas 1 caso foi confirmado.

O local sofreu recentemente com os efeitos da chuva e teve parte do telhado derrubado, o que possivelmente fez com que um pombo infectasse o aviário. Algumas aves ficaram debilitadas após parte do telhado ter caído. Provavelmente um pombo entrou, porque o vírus que foi detectado é decorrente de pombos, e atingiu essa ave. Ela já tinha o vírus sequenciado geneticamente, então trata-se de um caso pontual, mas que causa efeitos colaterais. Como o Brasil é signatário da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), deve notificar todos os países-membros quando um caso de doença infectocontagiosa é identificado. Em alguns casos, como países da Europa, por exemplo, as exportações devem ser suspensas em todo o estado ou país. Outros mercados, contudo, só interrompem as importações de aves de locais a 50 Km do município afetado, neste caso, Anta Gorda e entorno. Por isso, nem todas as exportações estão proibidas para Passo Fundo, Marau e Tapejara, algumas das cidades conhecidas por terem frigoríficos na Região Norte.

Países que seguem recebendo aves de locais não afetados são o Canadá, Coreia do Sul e Japão, por exemplo. Nesses casos, somente o município de Anta Gorda e este entorno não podem exportar e o resto do Rio Grande do Sul segue exportando para esses mercados alternativos. As suspensões têm relação com os termos definidos nos acordos comerciais entre os países. Importantes compradores de aves do Rio Grande do Sul, como a China, definem a restrição de importação de todo o País. As restrições dos demais países, contudo, devem afetar diretamente a balança comercial do Rio Grande do Sul. O Estado é o terceiro maior exportador de carne de frango do Brasil, ficando atrás do Paraná e de Santa Catarina. No primeiro semestre, os principais destinos da carne de frango do Estado foram: Emirados Árabes Unidos (48 mil toneladas - US$ 94 milhões); Arábia Saudita (39 mil toneladas - US$ 77 milhões); China (32 mil toneladas - US$ 52 milhões); e Japão (20 mil toneladas - US$ 43 milhões).

Conforme o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), para combater a doença de Newcastle é necessário sacrificar as aves afetadas, interditar a propriedade e delimitar uma zona de proteção de 3 Km e zona de vigilância de 50 Km do foco. Após a suspensão das exportações, será realizado um levantamento da área atingida e a de população das aves que tiveram contato com o vírus. Apesar de apenas um caso ser confirmado, todas as outras aves vão para o chamado “abate humanitário”, onde o processo é feito dentro das normas de bem-estar animal. Após isso, é realizada a desinfecção do aviário e em 21 dias a exportação normal é retomada no local. Conforme o CRMV, não há risco no consumo de aves que tenham selo de inspeção. Isso significa que o alimento é seguro para consumo. Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.