25/Jul/2024

A descoberta de um foco da doença de Newcastle em uma granja de aves de corte no Rio Grande do Sul já gera perdas a empresas de frango brasileiras, especialmente com o auto embargo às exportações de produtos avícolas. Mas, no pequeno município de Anta Gorda, onde o foco foi encontrado, a notícia divulgada no dia 17 de julho gerou confusão e medo, além de alterar o dia a dia da população. As primeiras notícias do foco da doença na cidade, que fica a 185 Km de Porto Alegre, assustaram boa parte dos pouco mais de 5.900 habitantes, especialmente os produtores rurais. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anta Gorda, ninguém sabia o que iria acontecer. Havia dúvidas se todos dentro dos raios de 3 Km ou 10 Km a partir do foco (perímetro de controle da vigilância sanitária animal) iriam ter as aves abatidas. Começaram a circular informações erradas, uns questionavam a veracidade, outros diziam que não se poderia mais carregar suínos.

Na comunidade de Linha Paredão, onde está localizada a granja que registrou a enfermidade, a rotina pacata das cerca de 30 famílias do local mudou completamente desde a semana passada. A localidade, que fica no meio de um vale a cerca de 10 Km do centro da cidade, passou a receber a movimentação contínua de equipes de vigilância sanitária, parte delas atuando na propriedade onde houve o foco e outra em uma barreira que funciona 24 horas por dia para aspergir desinfetante nos veículos que cruzam o local, a fim de evitar uma possível disseminação do vírus. Os vizinhos da propriedade onde ocorreu o foco destacaram que o criador sempre se destacou pelo máximo cuidado e higiene que mantinha no local. Alguns avicultores tiveram dificuldade de acreditar na notícia do caso de Newcastle no início, pois é uma doença que já era um pouco esquecida pelo setor, já fazia quase 20 anos que não havia um caso. A primeira reação na comunidade foi de pânico. O governo do Rio Grande do Sul declarou estado de emergência em saúde animal para o controle de foco da doença de Newcastle no raio de 10 Km da granja onde o foco foi confirmado.

Atualmente, 60 servidores, entre médicos veterinários e técnicos agrícolas, estão visitando as 870 propriedades dentro dessa área, dentre as quais 47 são granjas de aves de corte e duas de reprodução. Além disso, um efetivo de 40 policiais da Brigada Militar ajuda no serviço das barreiras sanitárias montadas na região, para desinfecção de veículos, como caminhões de transporte de animais, ração, adubos e leite, que transitam em áreas rurais e estabelecimentos de produção. A resposta das autoridades foi organizada e rápida para evitar uma disseminação da doença. Para ajudar no controle, os criadores de aves dentro do perímetro de vigilância de 10 Km a partir do foco criaram um grupo de WhatsApp, para troca de informações sobre saúde e mortalidade de aves. Até agora não foi registrado nenhum problema. Os frangos estão com boa saúde. Os avicultores profissionais já realizam muitos cuidados sanitários, e agora deverão aumentar ainda mais essa atenção. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.