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24/Jul/2024

Frango: Newcastle pressionará preço de exportação

Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a confirmação de um caso da doença de Newcastle em uma granja comercial em Anta Gorda (RS) deve trazer pressão sobre os preços da carne de frango exportada pelo Brasil. Esse é um dos efeitos possíveis da recente ocorrência sanitária, assim como o aumento da concorrência por espaço no mercado internacional e imposições de embargos por outros países. Isso pode ter impacto no preço, com alguns compradores aproveitando esse momento de incerteza para realização de negócios em situação mais confortável. O Brasil é o principal mercado exportador do mundo e me parece natural que outros países busquem aproveitar para colocar seus produtos no mercado. A entidade chamou a atenção para as perdas econômicas diárias que o Brasil enfrenta, com a paralisação de embarques da carne de frango para os países que o Ministério da Agricultura optou pelo auto embargo.

Pode-se pegar o valor que o Brasil exporta por um ano a esses mercados e dividir por 365 dias para ver quanto se perde diariamente. É um valor considerável. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estimou que o impacto do pior cenário seria de até 60 mil toneladas ou, aproximadamente, 15% da carne de frango exportada mensalmente pelo País. A interrupção nas exportações em virtude da doença de Newcastle não afeta apenas o comércio direto, mas toda a cadeia produtiva. O impacto não é apenas na venda de frango, mas em toda a cadeia de produção. Se tiver menos frango sendo vendido, haverá menos demanda por soja e milho. Portanto, o impacto é em toda a cadeia de produção. Por isso, a necessidade é de soluções rápidas e eficazes, com uma abordagem que minimize os impactos negativos. Na semana passada, o Ministério da Agricultura suspendeu de forma preventiva a exportação de produtos avícolas para 44 países. As medidas, no entanto, variam sobre a área de auto embargo e aos produtos, a depender do país.

As decisões mais restritivas envolvem a suspensão das exportações de todo o Brasil para a China, Argentina, Peru e México, incluindo carne de aves, carnes frescas de aves e seus derivados, ovos, carne para alimentação animal, matéria-prima de aves para fins opoterápicos, preparados de carne, produtos não tratados derivados de sangue. Os maiores efeitos do caso da doença de Newcastle irão recair sobre a avicultura do Rio Grande do Sul, que já vinha sofrendo neste ano com desafios provocados pelas chuvas no Estado. Há um desafio adicional, no Rio Grande do Sul, uma região que já sofreu bastante recentemente com o impacto das chuvas e destruição de estruturas. Nos primeiros seis meses do ano, o Rio Grande do Sul exportou 354 mil toneladas de carne de frango, com receita de US$ 630 milhões. Essas exportações representaram 13,82% dos US$ 4,55 bilhões gerados pelo País e 14,1% das 2,52 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no mesmo período. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.